Medalhistas da Itália no Rio-2016 pedem que Roma não desista de ter Jogos de 2024
Atletas italianos que foram medalhistas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro escreveram uma carta à prefeita de Roma, Virginia Raggi, implorando para que ela não retire a candidatura da cidade da disputa para sediar a Olimpíada de 2024. Eles enfatizaram que seria um erro “fechar a porta para essa oportunidade única”.
Raggi, eleita em junho para governar a capital italiana, já alertou que estaria disposta a suspender a campanha da cidade para receber os Jogos de 2024, tendo em vista os altos custos que o grande evento demanda, mas ela ainda não rejeitou formalmente a candidatura.
Neste mês ele irá se reunir com o presidente do Comitê Olímpico Italiano, Giovanni Malago, para tomar uma decisão sobre a candidatura de Roma, que é uma das quatro cidades que estão na disputa para ter os Jogos de 2024. As outras são Los Angeles, nos Estados Unidos, Paris, na França, e Budapeste, na Hungria.
Roma se lançou como candidata a abrigar a Olimpíada de 2024 e tentar fazer os Jogos voltarem a ser disputados na Itália pela primeira vez desde 1960, quando justamente a capital nacional foi sede do grande evento olímpico.
“Aqueles de nós que tiveram a oportunidade de participar dos Jogos do Rio e de ganhar uma medalha, colocando o nome da Itália no pódio, estão convencidos de que trazer os Jogos de volta para nosso país e nossa capital daria o otimismo necessário para as futuras gerações acreditarem em um futuro melhor”, diz um trecho da carta assinada por 68 atletas, que também enfatiza: “Vocês podem dar um impulso decisivo para os nossos sonhos e uma razão para entusiasmar todo o esporte italiano”.
Para que Roma seja mantida na disputa para sediar os Jogos de 2024, o Comitê Olímpico Internacional exige que a candidatura tenha apoio da própria prefeitura da cidade, do governo italiano e do CONI. E, na semana passada, o próprio primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que irá considerar um “erro, uma mudança muito triste” se a capital do país retirar a sua candidatura.
“Pedimos-lhe que não deixe de apoiar a candidatura de Roma. Pedimos-lhe com a paixão que nós mostramos recentemente em nossas competições e que nos permitiu nos superarmos. Apelamos para sua sensibilidade como uma prefeita e pelo seu amor como uma mãe”, implorou a carta, que depois ressaltou: “Se jogarmos juntos, nenhuma partida pode estar perdida. Unidos nós podemos vencer. Você mostrou isso ao se tornar prefeita. Nós mostramos ao vencermos (competições no Rio). Temos certeza de que você compartilha nossos sentimentos. Não feche a porta para essa oportunidade única”.
Antes de Virginia Raggi se tornar prefeita de Roma, o seu antecessor no cargo, Ignazio Marino, apresentou formalmente a candidatura da cidade ao COI no ano passado, após uma votação do conselho da cidade apontar apoio esmagador à candidatura.
O COI irá eleger a sede dos Jogos de Roma em setembro de 2017. E, se Roma retirar a candidatura, será a segunda vez em apenas quatro anos que a cidade abandonará uma disputa para abrigar uma edição da Olimpíada. Em 2012, o então primeiro-ministro italiano, Mario Monti, acabou determinando a retirada da cidade da disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2020 por razões financeiras. Tóquio ganhou essa disputa contra outras cidades e irá abrigar a próxima edição da Olimpíada.
No Rio, a Itália terminou a Olimpíada no nono lugar no quadro de medalhas, com oito ouros, 12 pratas e oito bronzes. O Brasil, que é um país muito maior em termos continentais e populacionais, foi apenas o 13º, com sete ouros, seis pratas e seis bronzes.
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