Médico diz que há “absurdo” em caso de doping de Spider e alerta para punição

  • Por Jovem Pan
  • 04/02/2015 13h07
Divulgação Anderson Silva é uma das atrações brasileiras do inédito UFC Rio

O teste positivo de Anderson Silva em um exame antidoping, realizado antes do combante contra Nick Diaz, segue gerando muita polêmica no mundo do esporte. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, Fernando Solera, presidente da comissão de arbitragem da CBF, disse ver um “abusrdo” no caso relacionado ao lutar brasileiro. Na opinião do médico, nenhum resultado deveria ter sido divulgado antes da realização da contraprova. Contudo, caso a utilização da substância irregular seja comprovada, Solera crê que não haverá defesa plausível perante à comissão, pois se trate de um caso “tradicional” e “explícito” de dopagem.

Antes de enfrentar Nick Diaz, no dia 31 de janeiro, Anderson Silva realizou três exames antidoping: nos dias 9, 19 e 31, horas antes da luta. O brasileiro foi flagrado por uso de anabolizante logo no primeiro exame, os outros testaram negativos. Apesar disso, Solera aponta que o resultado ainda não deveria ter sido divulgado. “O que está acontecendo especificamente com esse atleta é um absurdo. Qualquer resultado positivo só pode ser notificado ou tornado público após exame de contraprova. Agora já está todo mundo comentando, já há nota oficial sendo divulgada. Isso tudo não poderia estar acontecendo”, criticou. 

Solera explicou qual seria a intenção de quem utiliza as substâncias encontradas no teste de Anderson. “A substância melhora a textura muscular e promove mais força. A fratura [na perna, que Anderson sofreu no final de 2013] não é justificativa, já que não há nada relacionado a um maior aporte de cálcio”, explicou. 

Caso a contraprova confirme o uso de substâncias ilegais, Solera não crê que Anderson passará ileso pelo caso. “Trata-se de um caso antigo, tradicional e conhecido por nós da comissão de doping. Não deve haver nada para contradizer, é um caso explícito”, garantiu. 

Na visão do presidente da comissão, não há como um médico ter receitado substâncias desse tipo para um atleta profissional de alto nível. “O Código Mundial Antidoping de 2015 diz que, a partir de agora, o atleta é atleta 24 horas por dias, todos os dias do ano. Ele não pode usar nenhuma substância proibida pela listagem, é o preço que se paga por atuar na área esportiva. Essa substância nunca seria permitida para fins terapêuticas, por nenhuma comissão. Não há nenhuma autorização médica”, finalizou.

 

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