Médico não vê defesa para Spider em novo caso de doping: “falência do esporte”

  • Por Jovem Pan
  • 12/02/2015 13h51
O ex-campeão mundial dos médios do UFC lembra dos momentos difíceis após a lesão na perna direita Marcello Sá Barreto/AgNews Em entrevista

O novo flagrante envolvendo Anderson Silva e doping repercurte de forma ainda mais negativa no mundo esportivo. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, Fernando Solera, especialista no controle antidopagem, afirmou que não acredita em defesa plausível do brasileiro para o caso e vê “falência do esporte” nos sucessivos casos de doping que têm surgido em uma das modalidades mais importantes de luta ao redor do planeta. No caso divulgado na madrugada desta quinta-feira (12), o Spider teria testado positivo em um exame realizado no dia 31 de janeiro, data que enfrentou e venceu o norte-americano Nick Diaz, no UFC 183. 

Acostumado a tratar com casos de doping no futebol e outros esportes olímpicos, Solera lembrou que é preciso considerar que, no que se refere ao UFC, pode haver um atenuante quanto a punição ao brasileiro. “Um atleta com 39 anos de idade pego num exame antidoping com esse tipo de substância, pelo código mundial antidoping de 2015, seriam quatro anos de suspensão. No UFC, pode ser uma pena mais branda porque não existe apenas o interesse esportivo, mas também econômico”, ressaltou. É importante lembrar que as substâncias encontradas nesse segundo exame positivo ainda não foram apresentadas. 

De acordo com o médico, as chances de defesa do brasileiro são quase nulas. “Não há defesa. Não existe ninguém que trabalhe no esporte que vai antender que um atleta possa usar anabolizante. Se fosse eu que estivesse julgando, não haveria a menor chance de defesa”, opinou.

O médico lamentou a reincidência de casos de dopagem no esporte. “É mais um caso de uso de anabolizante. Ficamos chateados porque é a falência do esporte. O espírito olímpico cai por terra quando você tem um caso de doping positivo, por substância ou por qualquer outro método”. No próximo domingo (15), mais informações sobre o segundo teste positivo do brasileiro devem ser apresentadas.

Solera lembrou que não é possível apontar má-fé do atleta, pois pode haver alguns fatores que o aproximaram do uso desse tipo de substâncias. “O anabolizante talvez tenha participado da recuperação dele (fratura grave que sofreu no final de 2013). É preciso lembrar que existem algumas dessas sutsbâncias que ajudam, por exemplo, na captação de cálcio. Então até isso tem que ser considerado antes de acusarmos o atleta, seria muito leviano condená-lo”, finalizou. 

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