Melhor árbitro do Paulista, Ceretta deixa quadro da CBF e detona Sergio Corrêa

  • Por Jovem Pan
  • 16/10/2015 13h23

Guilherme Ceretta de Lima será o árbitro da decisão do Campeonato Paulista 2015

Folhapress Guilherme Ceretta de Lima

A notícia de que um dos principais árbitros do país optou por deixar o quadro da CBF pegou a todos de surpresa. Guilherme Ceretta de Lima decidiu não apitar mais pela CBF e ficará restrito a jogos da Federação Paulista de Futebol. Em entrevista exclusiva à Rádio Jovem Pan, Ceretta detonou o tratamento recebido pela comissão de arbitragem da CBF, afirmou que houve preconceito com seu trabalho por ser modelo e ainda elogiou o comando da arbitragem em São Paulo.

“É opção única e exclusiva minha. Preferi ficar só na Federação Paulista, onde tenho apreço, admiração e consideração pelo trabalho das pessoas que dirigem a entidade. Na CBF, nada contra entidade, mas a maneira como é conduzida a questão árbitro pessoal e profissional, não me agrade. Temos que respeitar o comando, mas podemos não concordar. Prefiro estar fora a fica num processo que não em que não concordo com algumas coisas”, declarou o árbitro.

Melhor árbitro do Paulistão 2015, Ceretta afirmou ter consciência que ao deixar o quadro da CBF seu trabalho será prejudicado. Ainda assim, o juiz que apitou a final do estadual desse ano reforçou sua posição e destacou que vê tratamento diferente para árbitros dentro da entidade máxima do futebol brasileiro.

“Prejudica bastante não ter a CBF. Não á o direito a concorrer a vagas internacionais como a Fifa, mas são escolhas e eu prefiro assim. Concentro só na FPF, foco meus trabalhos profissionais”, afirmou. “O erro de A não pode ser diferente de B em relação a punições. Não acho justo e mais pessoas gostariam de fazer o que fiz, mas não fazem por medo”, completou.

“Por uma questão pessoal (há tratamentos diferentes). ‘Gosto dele porque tem olhos verdes, vou dar mais escala pra ele. Esse tem olho castanho, se errar vou fazer diferente do que fiz com o cara que tem olho preto’. O pessoal com o profissional me incomoda muito. Os critérios deveriam ser mais jutos. Se eu erro um pênalti aqui e um cara erra lá no Rio Grande do Norte, a punição tem que ser igual. Essa questão de punir que me incomoda. O aprimoramento que dizem que o árbitro faz quando erra, é inverdade. Você fica afastado, não tem aprimoramento nenhum”, detonou.

Ceretta ainda valorizou o trabalho feito pela direção da arbitragem na Federação Paulista de Futebol e elogiou a postura do Coronel Marinho, que comando a arbitragem no estado.

“Em São Paulo é diferente. Quando você tem um erro, o Coronel Marinho liga pra você, pede que compareça a sala dele, conversa por que errou. Podemos errar, o jogo é muito rápido. A condição como é trabalhado esse erro é diferente”, destacou.

O árbitro ainda criticou o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Sergio Corrêa. Segundo Guilherme, Corrêa mistura questões pessoas com profissionais e outro fato ainda atrapalhou sua carreira na CBF: a carreira de modelo.

“É uma questão particular entre o presidente e eu. Enquanto ele estiver, eu não estou. Eu não sei nem se a culpa é só dele. Ele tem pessoas ao lado que hoje, na minha opinião, atrapalham o trabalho ao invés de ajudar”, disse.

“Comecei minha carreira enquanto ele estava no comando em São Paulo. Foi dada a oportunidade por ele e não sei se ele queria que eu fosse aquilo que ele tem vontade e não aquilo que eu sou de verdade. Também a questão de ser árbitro e modelo, e eu já era modelo antes de ser árbitro. A questão do militarismo na arbitragem faz com que não entendam ou respeitam trabalhos extracampo”, declarou Ceretta.

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