Messi e seu pai são condenados a 21 meses de prisão por fraude fiscal

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 06/07/2016 08h22
Agência EFE Messi - Agência EFE

O Tribunal de Barcelona condenou o atacante do Barcelona, Lionel Messi, e seu pai, Jorge Horacio Messi, a 21 meses de prisão por fraude fiscal. A informação foi publicada nesta quarta-feira pelo jornal espanhol El Periodico.

Por se tratar de uma pena inferior a dois anos e não terem antecedentes criminais, os dois não precisam cumprir a pena na cadeia.

Ambos são acusados de sonegar mais de 4 milhões de euros entre 2007 e 2009 em impostos relacionados aos direitos de imagem do jogador.

Em sua defesa durante o processo, Messi alegou que desconhecia a forma pela qual seus negócios estavam sendo administrados e que se limitava a seguir o que seu pai o aconselhava. “Confio em meu pai”, disse na época. Em junho, Messi chegou a depositar 5 milhões de euros (R$ 18 milhões) na conta do Estado e, numa das audiências do caso, foi aplaudido por torcedores fora do tribunal. 

Jorge, pai do jogador, chegou também a admitir que era ele quem administrava os negócios e assumia a responsabilidade. Os advogados do jogador não negaram os fatos. Mas insistiam que Messi se limitava a entrar em campo e que o argentina era “apenas um jogador”. 

Segundo o Ministério Público espanhol, porém, o mecanismo de fraude consistia em “simular” acordos de direitos de imagem do jogador para empresas de fachada sediadas em paraísos fiscais, como Uruguai e Belize. Dali, novos contratos eram fechados para a transferência de recursos para o Reino Unido ou para a Suíça.

Desta forma, o dinheiro jamais passava pela Espanha, o que lhe garantia que não pagaria impostos no país. Os fiscais públicos haviam solicitado 22 meses e 15 dias de prisão para Messi e seu pai. Mas a pena acabou sendo reduzida, ainda que três delitos tenham sido confirmados. Para os juízes, o pai do jogador era quem controlava as sociedades de fechada. 

Na última audiência, antes da decisão, no início de junho, o procurador do Estado, Mario Maza, chegou a fazer um paralelo do caso de Messi com a máfia. “É o mesmo que o chefe de uma estrutura criminosa”, disse. “No topo está o chefe, o que mais manda e não se informa dos problemas. Leo Messi não se ocupava de reuniões com advogados, mas sim de jogar futebol e render nas partidas. Messi só se interessava no resultado final e esse era a não-tributação dos direitos de imagem”, completou. 

Além de Messi, uma série de jogadores do Barcelona também enfrentam problemas com o fisco espanhol e a Justiça. Um deles é Neymar, em razão da sua polêmica transferência para o clube espanhol em 2013.

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