Mitos e ritos das finais da Copa do Mundo

  • Por Agencia EFE
  • 12/07/2014 15h54
Vista geral do Maracanã em dia sem jogo AFP Vista geral do Maracanã em dia sem jogo

A história da final de uma Copa do Mundo, a partida mais importante do futebol a cada quatro anos, é também a história de ritos que sobreviveram até se tornarem tradições, e de mitos que adquiriram a forma de realidade com o passar do tempo.

1. A volta olímpica

“Quando ganhamos as Olimpíadas, em Paris, as pessoas não podiam acreditar que um país tão pequeno, que quase não estava no mapa, fosse campeão”. Mario Benedetti descreveu melhor do que ninguém a surpresa gerada, em 1924, pela vitória do Uruguai por 3 a 0 sobre a Suíça no torneio de futebol dos VIII Jogos Olímpicos.

O público parisiense apoiou os uruguaios, que como forma de agradecimento, deram uma volta completa ao redor do campo cumprimentando os torcedores. Uma tradição que permanece até hoje.

2. Bolas sem discórdia

A primeira final de um Mundial, entre Uruguai e Argentina, foi disputada com duas bolas. No estádio Centenário, em Montevidéu, em 30 de julho de 1930, cada seleção entrou com uma. O árbitro belga John Lagenus decidiu que o primeiro tempo seria jogado com a argentina, e o segundo, com a uruguaia, que era um pouco maior.

Cada equipe controlava bem sua bola. A Argentina foi para o intervalo com vantagem no marcador, 2 a 1, mas não rendeu o mesmo com a bola uruguaia. A Celeste se impôs e conquistou seu primeiro título mundial com o placar de 4 a 2 no apito final.

Desde então, e até 1970, o país anfitrião encarregava a uma empresa local a confecção da bola. No México, em 1970, no entanto, a Fifa chegou a um acordo com a alemã Adidas, e o modelo Telstar se tornou a primeira bola oficial de uma Copa do Mundo.

No domingo, no gramado do Maracanã, rolará a Brazuca Final Rio, que leva os nomes das seleções finalistas e foi elaborada especialmente para esta partida.

3. O troféu ao céu

Os brasileiros atribuem o ato de elevar a taça da Copa do Mundo acima da cabeça ao zagueiro Bellini, capitão da seleção campeã na Suécia, em 1958. De acordo com Bellini, a ideia surgiu quando vários fotógrafos o cercaram e os que estavam mais distantes lhe pediram para levantar o troféu.

O momento foi eternizado em uma das entradas do Maracanã. De pé sobre um globo terrestre, Bellini levanta a Taça Jules Rimet com a mão direita e, com a esquerda, segura uma bola. Bellini morreu em 21 de março de 2014.

4. Na taça não se toca

A final do Brasil 2014 repetirá a cerimônia realizada na África do Sul, em 2010. Na ocasião, o italiano Fabio Cannavaro levou ao campo o troféu conquistado pela Azzurra quatro anos antes, na Alemanha.

Os jogadores costumam dizer que tocar no troféu antes da final dá azar, mas a Fifa não facilitou para os últimos finalistas. Posicionada na saída dos vestiários, o troféu estava ao alcance de todos os jogadores no estádio Soccer City.

“Para a taça, nem se olha e nem se toca”, aletou aos espanhóis o capitão Iker Casillas antes de ir a campo. Quase três horas depois, o goleiro a levantou em Johanesburgo, antes de passá-la aos companheiros.

5. Tanto esforço por uma réplica

A taça da Copa do Mundo não ficará com os jogadores por mais que alguns instantes durante a cerimônia de premiação.

A taça de ouro maciço 18 quilates com 36,8cm de altura, 6,175kg de peso e a inscrição dos campeões mundiais desde 1974, o primeiro ano do troféu que substituiu a taça Jules Rimet, voltará para a Fifa ao fim da cerimônia. Posteriormente, os países vencedores ficarão com uma réplica.

Confira o que passa pela cabeça dos melhores jogadores do torneio

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.