Motorista de organizadas defende torcidas: “Recomendaria minha família a participar”
Para abordar o tema das torcidas organizadas no futebol, a rádio Jovem Pan entrevistou alguém que, apesar de não fazer parte delas, está sempre bem perto desses grupos. Um motorista de ônibus que transporta esses torcedores aceitou falar, sem revelar seu nome, sobre sua experiência. E, para ele, as confusões ocorrem sem o conhecimento dos líderes das organizadas.
“Os confrontos ocorrem de manhã e a noite, fora do âmbito dos jogos. Nunca aconteceu de um ônibus topar com o outro e iniciar uma briga. Quem briga são aqueles torcedores dos bairros. Não tem nada a ver com a ‘sede’, com a diretoria – esses não querem briga”, disse o motorista, que defendeu o trabalho das organizadas. “Eu já fiz parte de uma e recomendaria minha família a frequentar, sim. As pessoas que trabalham na sede são sérias, e você tem várias atividades lá”.
Segundo ele, os confrontos entre torcedores de ônibus não acontecem porque os veículos são escoltados e revistados, num esquema de segurança vigiado pela polícia. “A polícia revista na ida. Ao chegar na cidade, revistam novamente, e escoltam até o estádio. Sempre tem os alterados, mas não são a maioria”, defendeu. Apesar do panorama mais “positivo” traçado pelo entrevistado, existe uma torcida para a qual os estereótipos de violência se encaixam.
“A pior torcida que existe é a da Ponta Preta. Eles vão a qualquer cidade do interior e tocam o pau. As de São Paulo (capital) não fazem isso. Nós entramos nas cidades, frequentamos restaurantes, e nada acontece. Agora, no interior de São Paulo, ninguém quer a torcida da Ponte”, revelou o motorista. “É a única torcida que eu não aceito transportar”.
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