MP descarta torcida mista, mas prevê 15% de corintianos “civilizados” no Morumbi
Paulo Castilho é o promotor do processo que vetou a presença de torcedores visitantes em clássicos paulistas
Paulo Castilho é o promotor do processo que vetou a presença de torcedores visitantes em clássicos paulistasO Ministério Público (MP) descartou a possibilidade de o jogo entre São Paulo e Corinthians, no próximo domingo, no Morumbi, ser realizado com torcida mista – como querem os dois clubes. Em entrevista exclusiva ao Esporte em Discussão desta quarta-feira, na Rádio Jovem Pan, o promotor Paulo Castilho disse que, neste momento, o MP não tem nenhuma intenção de derrubar a torcida única, medida implementada há um ano para coibir a violência nos clássicos paulistas.
“Neste momento, não temos nenhuma intenção e não visualizamos nenhum projeto que seja mais benéfico para o torcedor que a torcida única“, afirmou Castilho.
“Ela faz parte de um conjunto de outras medidas que foram implementadas para conter a onda de violência em São Paulo. Conseguimos reduzir a zero o número de confrontos entre torcidas e a quase zero o número de ocorrências não só no local do evento, como no entorno e na Grande São Paulo. Também propiciou um aumento de 38% de público nos clássicos e economia de 150 policiais militares por jogo“.
Apesar disto, de acordo com Castilho, há a previsão de que o Morumbi conte com pelo menos 15% de torcedores corintianos. Serão “torcedores de bem”, segundo o promotor, e que provavelmente acompanharão o jogo à paisana, sem poder se manifestar, em setores menos populares do estádio.
“Eu calculo que deva ter cerca de 15% a 20% de corintianos civilizados indo ao Morumbi para assistir ao jogo de maneira educada, civilizada. Não é o ideal, porque eles não podem se manifestar. Mas é um passo para, futuramente, pensarmos em torcida mista, um espaço para o torcedor visitante de bem“.
Bandeiras e instrumentos musicais
Ainda durante a entrevista exclusiva à Jovem Pan, Paulo Castilho revelou que a Federação Paulista de Futebol já pensa em alternativas para reinserir bandeiras e instrumentos musicais nos estádios de São Paulo. A proibição tem como objetivo evitar a utilização de mastros e objetos em brigas de torcida. Com a ausência de visitantes em clássicos, no entanto, o problema já estaria automaticamente resolvido.
“Em relação às bandeiras e instrumentos, a federação está pensando em promover algum tipo de festa. Mas não precisa obrigatoriamente passar pelas torcidas organizadas. Podemos pensar em instrumentos, pequenas bandeiras que enfeitem o estádio, mas com o torcedor comum“, informou.
“Já estamos pensando em uma flexibilização. Mas, antes, quem tem de comprovar crédito são as torcidas organizadas. Elas vão ter de ter uma conduta ilibada, reta, para ganhar algum tipo de benefício. Defendemos que as bandeiras sejam de incentivo aos times, e não de autopromoção das torcidas organizadas“, finalizou.
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