Muhammad Ali é eleito Boxeador do Ano de 1966, 50 anos após ter prêmio negado

  • Por EFE
  • 09/12/2016 13h19
Facebook/Reprodução Muhammad Ali tem 73 anos e sofre mal de parkinson

A revista “The Ring Magazine” elegeu Muhammad Ali o Boxeador do Ano de 1966, meio século após o americano não ter recebido este reconhecimento por se negar a prestar o serviço militar que o obrigava a servir na Guerra do Vietnã e por sua relação com o grupo Nação do Islã.

Na noite de quinta-feira, a revista especializada informou que pretendia corrigir a decisão ao nomear retroativamente o já falecido peso pesado como o melhor boxeador do ano mencionado.

“Os editores naquele momento obviamente afirmavam que Ali, embora fosse bem-sucedido no ringue, não cumpria outros critérios que eles consideravam importantes. Mas podemos ver a injustiça através dos padrões atuais, inclusive se estivermos em desacordo com algumas coisas que Ali disse e fez”, afirmou o editor-chefe Michael Rosenthal.

Ali ganhou de forma espetacular as cinco lutas que disputou em 1966. A carreira do pugilista, que estava no auge, logo seria interrompida por três anos devido a uma disputa judicial por se negar a servir na Guerra do Vietnã.

Essa foi a segunda vez que a revista não o nomeou pugilista do ano e disse que Ali não cumpria com o critério moral para obter a distinção.

“Mais enfaticamente, Cassius Clay, de Louisville, Kentucky, não será visto como exemplo para os jovens dos Estados Unidos”, escreveu naquela época Dan Daniel, cofundador da revista.

Posteriormente, a Suprema Corte dos Estados Unidos ratificaria o status de Ali de objetor de consciência e o pugilista retomou as lutas em 1970.

A revista o nomeou Boxeador do Ano em 1972, 1974, 1975 e 1978, junto com seu reconhecimento original em 1963. Ali morreu em junho de 2016, aos 74 anos, após uma luta de décadas contra o Mal de Parkinson.

A história do reconhecimento retroativo, além da original de 1967, será publicada na edição de março da revista. 

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