Muricy imbatível, Jason Tricolor e zaga forte: como o São Paulo chegou ao hexa

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2015 13h44
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Rogério Ceni ergue a taça do sexto título nacional conquistado pelo São Paulo Folhapress São Paulo hexa

No Brasileirão de 2008, o São Paulo fez história ao conquistar o primeiro tricampeonato consecutivo da competição, feito não repetido até hoje. Após uma super arrancada, o Tricolor manteve a hegemonia nacional e alcançou àquela altura um inédito hexacampeonato.

Após um início irregular, o time paulista chegou a ficar na zona de rebaixamento, mas contou com o espírito vencedor do grupo e a força da torcida para fazer um segundo turno irretocável, com 12 vitórias e apenas uma derrota em 19 jogos. Essa campanha levou o São Paulo à liderança há seis rodadas do fim, mas o título só veio na última rodada, com a vitória de 1 a 0 sobre o Goiás, no estádio Bezerrão, na cidade-satélite do Gama (DF).

Para comemorar os sete anos dessa conquista, o Jovem Pan Online separou sete motivos que levaram o São Paulo ao título. Confira:

“Aqui é trabalho, meu filho!”

Identificado com a torcida, o técnico Muricy Ramalho já estava no comando do São Paulo desde 2006 e havia implantado um esquema tático eficiente, que ganhou o apelido de “estilo Muricy”. Ano a ano, alguns jogadores saíam, outros entravam, mas o time permanecia coeso e competitivo.

Entre 2006 e 2008, o treinador viveu o seu auge técnico. Nessa época, o seu jeitão mau humorado ficou popular e virou motivo de brincadeiras por parte da torcida, da imprensa e dele mesmo. A famosa frase “Aqui é trabalho, meu filho!” nasceu e virou jargão.

Em sua segunda passagem pelo Tricolor, com o tricampeonato, igualou o feito de Rubens Minelli, até então o único treinador a conseguir três títulos nacionais seguidos. Mas Muricy foi o primeiro a atingir a marca dirigindo o mesmo clube.

Zaga sólida

A defesa bem postada era um diferencial do Tricolor desde 2006, mesmo com a mudança de jogadores. Na meta estava Rogério Ceni, ainda em sua melhor forma e líder da equipe; entre os três zagueiros escalados por Muricy, André Dias foi impecável na sobra; Miranda foi o melhor defensor do Brasil naquela temporada e chegou à Seleção Brasileira; Rodrigo, velho conhecido da torcida, veio para substituir Alex Silva e demonstrou categoria e muita raça.

O setor defensivo Tricolor encerrou a competição como o segundo mais eficiente, atrás apenas da defesa do Grêmio, com 36 gols sofridos em 38 partidas.

Hernanes

O craque do time, exemplo de jogador moderno. Marcador eficiente, classudo, hábil com a bola nos pés e dono de um potente chute com as duas pernas.  Aos 23 anos, Hernanes conduziu o time e acabou sendo eleito o melhor jogador do Campeonato Brasileiro de 2008, deixando para trás Alex (Internacional) e Kléber Pereira (Santos).

Bola aérea

As bolas alçadas na área do adversário eram a maior arma ofensiva do Tricolor de 2008. Os cruzamentos precisos de Jorge Wagner frequentemente colocavam os companheiros de equipe em condições de marcar. Além dos zagueiros, Borges e Hugo apareciam bem para completar as jogadas.

Time vencedor

O time de 2008 já tinha um DNA de campeão, afinal, parte do elenco estava presente no bicampeonato de 2006 e 2007. Além disso, o grupo era determinado, e mostrou isso ao fazer campanha de recuperação no segundo turno. Até a 16ª rodada, o São Paulo tinha 27 pontos e ocupava a sexta posição na tabela. Nas 22 rodadas seguintes, venceu 14 jogos, empatou seis e perdeu dois, alcançando o título após ter ficado 11 pontos atrás do líder na metade do campeonato.

Entrosamento

Com exceção de Rogério Ceni e Hernanes, o elenco não contava com estrelas. Miranda, André Dias, Rodrigo, Jorge Wagner, Hugo, Borges, Dagoberto e Jean fizeram um ótimo campeonato e brilharam coletivamente, mostrando que as chaves do sucesso foram o entrosamento e a obediência tática do grupo.

A torcida e o”Jason Tricolor”

Empolgada com a recuperação do time, a torcida começou a onda do “Jason Tricolor”, em alusão ao personagem que “nunca morre” e retorna sempre mais forte.

Na 37ª Rodada, no empate de 1 a 1 com o Fluminense, o Morumbi recebeu 66.888 pagantes, segundo maior público da competição. Dos dez maiores públicos registrados, o Tricolor foi responsável por 4, contabilizando mais de 50 mil pagantes em cada uma dessas partidas.

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