Na Ucrânia há 5 anos, Marlos resiste à guerra e não quer voltar ao Brasil “tão cedo”

  • Por Jovem Pan
  • 27/10/2016 19h33
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Ex-são-paulino Marlos é titular absoluto do Shakhtar Donetsk Divulgação Ex-são-paulino Marlos é titular absoluto do Shakhtar Donetsk

A venda de Marlos ao Metalist Kharkiv, da Ucrânia, foi extremamente comemorada pela torcida do São Paulo. A transferência, que rendeu US$ 5 milhões aos cofres tricolores em janeiro de 2012, entrou no rol das grandes negociações do ex-presidente Juvenal Juvêncio e, até hoje, é motivo de festa entre os são-paulinos – que sempre exaltaram a capacidade de Juvenal de lucrar com a venda de jogadores não tão queridos assim. 

Quase cinco anos se passaram desde que Marlos (ou “Lionel Marlos“, como preferir) deixou o São Paulo rumo ao futebol ucraniano. Foram dois anos no Metalist até a transferência, em 2014, ao Shakhtar Donetsk, por oito milhões de euros. Na equipe laranja e preta desde então, o atacante resistiu à guerra que até hoje assola o lesta da Ucrânia e está feliz da vida – a ponto de sequer cogitar um retorno ao Brasil. 

“Eu estou há cinco anos fora do Brasil, e aprendi a gostar da Ucrânia... Para mim e para a minha família, é uma vida muito melhor. Não pretendo voltar ao Brasil tão cedo”, garantiu o atacante de 28 anos, em entrevista exclusiva ao repórter Marcio Spimpolo, para a Rádio Jovem PanTenho mais dois anos e meio de contrato e pretendo cumpri-lo até o final. Posso até estendê-lo um pouco mais, quem sabe. Estou muito feliz aqui. Vai ser difícil eu voltar para o Brasil“, acrescentou.

A decisão de Marlos se justifica. O jogador, tão criticado nos tempos de São Paulo, reencontrou o bom futebol no Shakhtar Donetsk. Titular absoluto do principal time da UcrâniaMarlos já soma 103 jogos e 21 gols com a camisa laranja e preta. Só na última temporada, foram 12 gols e 14 assistências – números que fizeram o Shakhtar rejeitar uma oferta de 12,5 milhões de euros do Tottenham pelo brasileiro. 

“Fico feliz pelo momento que estou passando. Na Europa, eu amadureci muito não só como pessoa, mas também como jogador. Sempre tive o respaldo do clube e mantive a tranquilidade. É isso o que me deixa feliz e o que importa“, afirmou Marlos, que não pensou em deixar a Ucrânia nem mesmo depois da guerra entre ucranianos e grupos pró-Rússia no leste do país – os conflitos em Donetsk, por exemplo, obrigaram o Shakhtar a deixar a cidade e mandar partidas em Lviv.

Tenho uma vida agitada aqui, com muitos jogos. A única coisa difícil é que Donetsk enfrenta um momento difícil, de guerra civil, e nós tivemos que mudar de cidade. Estamos morando na capital, Kiev, agora. Foi a única coisa negativa que eu enfrentei na Ucrânia“, jurou o atacante. “Mas aqui, para mim, está muito tranquilo. Vivo com a minha a família e estou bastante feliz, encerrou, com a tranquilidade de quem, curiosamente, econtrou a paz em meio à guerra.

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