Nadson relembra 7 a 2 no Palmeiras: “não dava nem tempo pro Marcos falar comigo”

  • Por Jovem Pan
  • 03/08/2016 17h09

Pelo Vitória Divulgação Pelo Vitória

Rival do Palmeiras na partida deste domingo, às 16h (de Brasília), no Allianz Parque, o Vitória definitivamente não traz boas lembranças à torcida alviverde. Foi o time baiano, afinal, quem rebaixou a equipe de Palestra Itália pela primeira vez, em 2002, e também quem decretou uma das derrotas mais vexatórias à história do clube verde e branco. 

A goleada por 7 a 2 do Vitória sobre o Palmeiras, em pleno Palestra Itália, pelas oitavas de final da Copa do Brasil de 2003, até hoje é lembrada com carinho pelos rivais alviverdes. Aquela noite de 23 de abril foi trágica para o clube paulista, mas mágica para o time baiano. A sua importância é tamanha, que, até hoje, não sai da cabeça de um jogador em especial. 

Aos 34 anos e em período de descanso após a disputa do Campeonato Mineiro pelo modesto URT, Nadson não se esquece do 7 a 2 do Vitória sobre o Palmeiras. Naquela partida, afinal, o então atacante de 21 anos simplesmente estraçalhou o time verde e branco: anotou quatro gols no então campeão mundial Marcos e deixou em choque os milhares de torcedores que compareceram ao Palestra Itália. 

Mais de treze anos depois daquela incrível vitória baiana, Nadson ainda sorri ao relembrá-la. “Foi uma oportunidade que o Vitória teve para fazer história na Copa do Brasil. Naquela noite, nós tivemos praticamente oito chances de gol e fizemos sete. Depois dali, ganhei a chance de jogar fora do País… Foi muito bom para mim. Acho que eu fui o único jogador a marcar quatro gols no Marcão. Está marcado para o resto da minha vida. Sempre coloco aquele jogo para ver, admitiu, em entrevista exclusiva a José Manoel de Barros que vai ao ar neste fim de semana, na Rádio Jovem Pan.

Os quatro balanços de rede em Marcos, incluindo o ocasionado pela célebre furada do goleiro palmeirense, não saem da mente de Nadson. O baiano de Serrinha ainda se diverte ao revelar detalhes daquela partida. Segundo ele, o arqueiro pentacampeão mundial não teve sequer a oportunidade de pedir para o atacante do Vitória tirar o pé e parar de marcar gols no Palestra Itália. 

“Foram quatro gols no Marcos, algo incrível… Ele é um grande homem, um dos maiores goleiros da história. Tive essa honra de fazer quatro gols nele“, celebrou. “Não dava nem tempo para o Marcos vir falar comigo, pedir para tirar o pé... A gente fazia um gol e já voltava rápido para o meio de campo para fazer mais”, complementou. 

O 7 a 2, no entanto, surpreendeu a todos os jogadores do time baiano. “Estávamos jogando contra uma das maiores equipes do futebol brasileiro. Além disto, vínhamos de um tour em que havíamos enfrentado Flamengo, Grêmio e Juventude fora de casa. Ganhamos um, empatamos um e perdemos um. A gente estava bastante cansado… No pensamento mais otimista, poderíamos arrancar um empate ou uma vitória simples em São Paulo. Nunca um 7 a 2. A goleada foi até exagerada”, afirmou. 

Depois daquele jogo, Nadgol, como é conhecido, atuou no Corinthians e até se transferiu para o futebol asiático. Jogou em Coréia do Sul, Japão, Catar e até passou por maus bocados depois de algumas partidas do outro lado do planeta. “Quando o nosso time vencia, o técnico levava todos os jogadores para um restaurante que tinha carne de cachorro. Eu não comia. Deus me livre. Só ficava olhando, tirava foto, dava risada e ia embora”, revelou, aos risos. 

O último clube pelo qual o atacante jogou foi o URT, de Minas Gerais. A equipe surpreendeu no Estadual deste ano e só foi eliminada nas semifinais, pelo vice-campeão Atlético-MG. A experiência foi ótima para Nadson, mas não suficiente para fazê-lo permanecer no clube durante o segundo semestre. Ele, hoje, só quer saber de ficar ao lado da família. 

Fizemos uma campanha muito boa no Campeonato Mineiro, e o clube vai disputar a Série D do Brasileiro. Mas eu preferi ficar em casa, descansando… Minha prioridade, hoje, é a minha família. Vou esperar a volta dos Estaduais para retornar ao futebol, prometeu, antes de arriscar um palpite para a partida deste domingo, no Allianz Parque: “espero que o Vitória ganhe. Vai ser 2 a 1 para a gente”.

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