Não é só no Paulistão: veja outros casos em que a política encontra o futebol

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2015 12h43
Montagem sobre EFE/Folhapress e Repr. Fifa Muitas vezes a política dos países influencia no futebol em campo

A partida entre Palmeiras e XV de Piracicaba, pelo Campeonato Paulista, teve seu horário mudado de 16h para 11h deste domingo (15) por conta das manifestações contra o Governo marcadas para o mesmo dia. Mas não é só neste caso em que política e esporte se encontram e se influenciam – esses dois mundos estão constantemente se chocando na história.

Futebol e Ditadura no Brasil. Um dos exemplos mais fáceis de lembrar é a Democracia Corintiana, movimento formado por jogadores do Timão na década de 1980 que lutava por democracia dentro do clube e no país, então governado pela Ditadura Militar. Sócrates, Casagrande e Wladimir foram os expoentes do movimento.

Do outro lado da disputa, o governo militar usou o tri-campeonato mundial da Seleção em 1970 como parte da estratégia de manutenção da popularidade do regime. O próprio Campeonato Brasileiro, criado em 1971, tinha a função de reunir clubes de todos os Estados em que a Arena, partido dos militares, tinha o comando, além de passar a impressão de unificação de todo o país em torno do esporte.

Athletic Bilbao, Barcelona e a independência. No exterior, existe o caso do Athletic Bilbao. O time é sediado no País Basco, região que tenta se separar da Espanha e possui grande cultura nacionalista. Por esse motivo, o clube só contrata jogadores nascidos ou criados na região. Situação parecida, apesar de menos radical, vive o Barcelona, sediado na Catalunha, que também busca frequentemente ser reconhecida como nação. Torcedores do Barça costumam exibir faixas com esta reivindicação no estádio Camp Nou.

A goleada da Argentina sobre o Peru em 1978. Outro caso notório, apesar de “não oficial”, aconteceu durante a Copa do Mundo de 1978. A histórica partida na qual a Argentina, sede torneio, venceu o Peru por 6 a 0, quando precisava golear para se manter viva na competição, sempre suscitou diversas teorias conspiratórias sobre sua legitimidade. Uma das mais famosas dá conta de que o ditador argentino Jorge Videla teria combinado a vitória com o também ditador do Peru Francisco Morales Bermúdez, como parte dos planos de cooperação entre os governos militares vigentes em na América Latina na época.

Tragédia e mortes no Egito. Em fevereiro de 2012, o encontro entre futebol, política e intolerância resultou em tragédia. Durante partida entre Al Ahly, de torcida favorável à revolução na Primavera Árabe, e Al Masry, apoiado por simpatizantes do ditador deposto Hosni Mubarak, torcedores invadiram o campo e entraram em confronto. O resultado foram 74 mortos e centenas de feridos.

 

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