“Não tinha ideia da imensidão do Palmeiras antes de chegar aqui”, diz meia

  • Por Estadão Conteúdo
  • 19/02/2015 10h07
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O jogador Robinho, da SE Palmeiras, em jogo contra a equipe do SC Corinthians P, durante partida válida pela terceira rodada do Campeonato Paulista Série A1 na Arena Allianz Parque. São Paulo/SP, Brasil - 08/02/2015. Foto: Cesar Greco / Fotoarena Palmeiras/Divulgação Robinho

Um dos poucos jogadores contratados pelo Palmeiras no início da temporada em que o clube colocou dinheiro na negociação – foram pagos R$ 2,5 milhões por 50% dos direitos econômicos dele – o meia Robinho a cada dia ganha mais espaço e parece cativar não só o técnico Oswaldo de Oliveira, como o torcedor palmeirense. A versatilidade é a principal característica do ex-jogador do Coritiba. Em entrevista exclusiva ao Estado de S. Paulo, o atual volante fala de sua adaptação ao clube e à posição, seu passado no Santos, a amizade com Alex, ídolo alviverde, e admite surpresa com o tamanho do Palmeiras.

Como está a disputa para ser volante. A concorrência acaba sendo um pouco menor?

Não sei se é mais fácil, mas é uma função que estou gostando muito de fazer e me adaptando rapidamente. E a concorrência é grande. Tem o Gabriel, Amaral, Renato, Andrei (Girotto), o Arouca chegando. Não é fácil, não.

Qual a principal diferença que você sente entre ser volante e meia?

De volante, eu consigo jogar mais de frente para o jogo e pego mais na bola. Gosto disso. Dá para organizar mais o time e sair do campo de defesa. Eu começo a criar as jogadas e isso é importante. Assim que cheguei, o Oswaldo veio falar comigo para saber se poderia me utilizar assim e disse que estava pronto para jogar onde ele quisesse. Fiz essa função no Coritiba.

Jogar em mais de uma posição, em um elenco tão numeroso e competitivo, é uma bela vantagem, não?

É e não é. É bom que você tem mais chances de jogar, só que você não define qual sua posição de verdade. É começo de trabalho, o Oswaldo ainda está conhecendo o elenco e o importante é começarmos o ano vencendo e jogando bem. Não tenho preferência pela posição. Gosto muito de ser segundo volante, mas sou meia. Então, deixa o Oswaldo decidir.

O torcedor te recebeu de braços abertos após o ex-jogador Alex falar publicamente que você daria certo no clube. Como foi chegar já com um apoio de peso deste?

Assim que começaram as conversas entre Coritiba e Palmeiras, perguntei para o Alex e ele me falou como era o clube na época dele. O Keirrison também falou comigo. Sou muito amigo do Alex e nossas famílias também se dão bem. Foram dois anos e meio juntos. Ele me falou que se eu tratasse bem a bola, a torcida iria gostar de mim e avisou que eu tinha que morar perto do CT, porque o trânsito de São Paulo é terrível.

Você passou pelo Santos. Acha que o passado alvinegro pode atrapalhar? E porque não deu certo lá?

Nem pensei nisso, para falar a verdade. Foi uma passagem que não foi tão rápida (2008 a 2011), mas eu não aproveitei as chances e nem cheguei a criar identidade. O torcedor vai gostar de mim pelo que faço dentro de campo. No Santos, senti a pressão, já que de uma hora para outra, deixei o Mogi Mirim jogando a Série A2 (do Campeonato Paulista) e fui para o Santos, time grande e badalado. Tive uma grave lesão em 2008 e isso me atrapalhou também. Joguei mais de 50 partidas pela equipe, mas não soube aproveitar as oportunidades. Me sentia pressionado por ter que jogar bem sempre e tinha a empolgação natural de um garoto de 19 anos chegando em um time grande. Me empolguei demais e as coisas não deram certo. Hoje, estou bem mais maduro e preparado para qualquer pressão, sempre com os pés no chão.

Você realmente bateu o pé e disse ao Coritiba que queria ir para o Palmeiras ou os clubes conseguiram se acertar sem sua participação?

Eles queriam que eu ficasse, porque com a aposentadoria do Alex, eu viraria a referência e o líder do grupo. Eu queria muito vir para o Palmeiras, pois era a chance da minha vida, já tinha dado meu tempo por lá e precisava buscar novos desafios. Tenho 27 anos e talvez fosse a última grande oportunidade. Eles ficaram chateados, mas entenderam, por isso deixaram eu sair.

Como está o relacionamento com os torcedores?

Eu não sou muito de sair e ter esse contato direto com os torcedores. Na verdade, só fui atrás de uma escolinha para o meu filho. Nem abrir conta no banco eu abri ainda, acredita? Mesmo quando a gente vence, não sou de sair, para evitar comentários. No máximo, vou ao mercado com minha mulher e fiz isso uma vez só. Então não tenho tanto contato com torcedores, mas sinto que o apoio é grande. E o pior de tudo é que ainda não consegui a escolinha para meu filho (risos).

Qual a diferença do Palmeiras para os outros clubes?

A dimensão deste clube. Ele é muito grande, a torcida é muito forte nos jogos e está carente de títulos e ídolos. Assim que cheguei, senti isso. De fora, acho que você não tem tanta noção da imensidão do clube. Quem chega ao Palmeiras precisa saber que vai ter pressão e que tem que se acostumar a vencer sempre.

 

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