“Neymar disputaria posição com todos no Santos de 60, menos com Pelé”, diz Pepe

  • Por Jovem Pan
  • 31/01/2015 14h20
Montagem/Folhapress Pelé e Neymar - Montagem

Prestes a completar 80 anos de vida, José Macia, mais conhecido como “Pepe”, um dos maiores jogadores da história do Santos e do futebol brasileiro, falou com exclusividade à Jovem Pan. O grande companheiro de Pelé relembrou os históricos adversários que o esquadrão da década de 60 do Peixe enfrentava e, ao falar de Neymar, garantiu que o atual camisa onze do Barcelona se encaixaria no fantástico ataque alvinegro que contava com Pepe, Pelé, Coutinho e Mengalvio. 

Peça fundamental de um quarteto histórico que é sinônimo do futebol ofensivo no Brasil, Pepe acha que Neymar, última grande revelação do futebol pentacampeão mundial, se encaixaria naquela formação, com apenas uma ressalva. “Não sei no lugar de quem, mas Neymar é tão bom jogador que ele entraria naquele time. Ele é um predestinado, um jogador fantástico. Seguramente jogaria em qualquer equipe do mundo. Mesmo que não tivesse uma titularidade absoluta, ele brigaria por posição com qualquer um de nós, menos o Rei”, opinou.

O esquadrão santista na década de 60 parecia imbatível. Só no Brasil, foram seis títulos nacionais em oito anos. Apesar da hegemonia, Pepe elegeu duas “pedreiras” que o Peixe sempre tinha que encarar. “Na década de 60, o Palmeiras de Ademir da Guia e o Botafogo de Garrincha. Curiosamente, nós chegamos a fazer uma partida pelo Troféu Teresa Herrera, em La Coruña, contra o Botafogo. Nós ganhamos deles lá na Espanha por 4 a 2. Mesmo com todas as estrelas deles, o Santos prevaleceu”, relembra o ex-jogador.

Fora do Brasil, os times comandados por Puskas e Eusébio foram os adversários mais marcantes na visão do Pepe. “Na nossa época, nesse grande Santos bicampeão mundial 62-63, o Real Madrid nos venceu por 5 a 3. Mas realmente, eles eram um oponente fantástico com o time comandado por Di Stéfano e Puskas. Além deles, o Benfica de Eusébio, que era um time que já conhecíamos bem e de quem nos ganhávamos quase sempre”.

Bastidores do Rei

Poucas pessoas podem contar com tantos detalhes as histórias de Pelé como Pepe. Companheiros de Santos e Seleção Brasileira, os dois desenvolveram uma lendária parceria e uma forte amizade. No Brasil, o Rei do Futebol ficou conhecido por ter o Corinthians como uma das vítimas favoritas, fato confirmado pelo amigo. “Contra o Corinthians, parece que ele acordava com o olho arregalado. Na época de jogar, foram de dez a doze anos sem perder do Corinthians, respeitando todos os grandes jogadores que enfrentamos. Aconteceu do Santos ter esse privilégio, do qual eu me orgulho de ter participado. Fiz muitos gols no Corinthians, principalmente no fantástico goleiro Gilmar”, afirmou.

Sobre a “malandragem” do Rei dentro dos gramados, Pepe relembra como Pelé não deixava barato para os adversários que pretendiam intimidá-lo. “Ele era muito forte fisicamente, não era um jogador alto, mas tinha uma impulsão muito grande e uma musculatura muito forte. O cara queria quebrar o Pelé, mas não conseguia. O Rei não era bobo e nem nada. Ele devolvia à altura e não temia jogo violento”. 

 

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