No aniversário de Leônidas, o presente é seu: relembre maiores gols de bicicleta

  • Por Bruno Landi/Jovem Pan
  • 05/09/2016 18h42
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Reprodução Reprodução Leônidas da Silva foi considerado o primeiro craque brasileiro em Copas do Mundo

A bola é alçada. Mas nem de longe beira a perfeição. Está alta demais para um domínio no peito. Distante demais para uma cabeçada. Não há alternativas. O impulso é tomado, as costas são projetadas para trás, e a mágica, enfim, acontece: enquanto uma perna gera potência, a outra acerta a redonda. O silêncio do voo que por instantes se desprende do gramado só é interrompido pelo doce ruído do estufar das redes. Gol. De bicicleta. 

Há jeito melhor de se vencer um goleiro? 

Certamente não. 

A dificuldade e a beleza plástica de um gol de bicicleta são incomparáveis. Ele espanta. Atordoa. Torna hipnotizante o momento mais eufórico do esporte mais popular do planeta 

E tem um dono.  

Falecido em 24 de janeiro de 2004, Leônidas da Silva não inventou o movimento mais impressionante do futebol mundial – tal honra cabe ao hispano-chileno Ramón Unzaga, que, por sua nacionalidade, inspirou até mesmo o nome pelo qual a finalização é conhecida nos países de língua espanhola: “chilena”. 

Mas foi o carioca o responsável por tornar a bicicleta célebre. 

Primeiro grande ídolo da história do futebol brasileiro, o carismático atacante negro, que fazia gols como um compositor faz músicas, ganhou até o apelido de “Homem-Borracha” tamanha era a sua facilidade em tirar as pernas do chão, pedalar no ar e balançar as redes da maneira mais impressionante possível. 

Tricampeão carioca, pentacampeão paulista e artilheiro da Copa do Mundo de 1938, Leônidas da Silva apelou ao recurso mais plástico do futebol pela primeira vez em 1932, durante partida entre Bonsucesso e Carioca. Desde então, notabilizou-se pelo dom de vencer goleiros mesmo que de costas para a meta. 

Nesta terça-feira, 6 de setembro de 2016, o primeiro grande gênio do futebol brasileiro completaria 103 anos de vida. Para homenageá-lo, o Jovem Pan Online revisitou os arquivos do esporte e foi buscar dez gols de bicicleta que merecem ser lembrados no dia do aniversário de Leônidas da Silva. 

A lista você confere abaixo!

Pelé – 1976

O maior jogador da história fez do ar a sua cama nos EUA: durante partida entre Cosmos e Miami Toros, deitou-se no vazio e emendou uma bicicleta digna de Rei.

Hugo Sánchez – 1988

Artilheiro como poucos, o maior jogador da história do México esbanjou talento na vitória do Real Madrid sobre o Logrones, pelo Campeonato Espanhol. Um gol de bicicleta de perna esquerda merece ser reverenciado.

Neto – 1988

A bola nem estava tão alta. E vinha em direção ao pé direito, que Neto só usava para subir no ônibus. Mas o então jovem meia do Guarani fez uma obra-prima na final do Campeonato Paulista. Justamente contra o Corinthians, time do qual seria ídolo anos depois.

Mauro Bressan – 1999

O jogo era contra o poderoso Barcelona, e a bola estava quicando na intermediária, distante da grande área. Mas o meia italiano da Fiorentina fez o impossível na partida válida pela primeira fase da Liga dos Campeões da Europa. Um dos maiores gols da história do principal torneio de clubes do mundo.

Rivaldo – 2001

A matada no peito. O pedalar das pernas. O morrer da bola no cantinho esquerdo. Tudo isso, no minuto final da última rodada do Campeonato Espanhol, em partida que valia vaga à Liga dos Campeões da Europa. Contra o Valencia, Rivaldo coroou um dos melhores hat-tricks da história com um dos gols mais belos do futebol. Melhor? Impossível!

Fernandão – 2004

Hoje estátua no Beira-Rio, o atacante ganhou um lugar na história do estádio colorado com uma pintura contra o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro. Fernandão chapelou e “bicicletou”. O goleiro? Sequer se mexeu.

Ronaldinho – 2006

Para qualquer ser-humano, um domínio errado. Para Ronaldinho, a porta de entrada para um dos gols mais bonitos de todos os tempos. De bicicleta, contra o movimento do corpo, por cobertura. Quer mais?

Wayne Rooney – 2011

A bola parecia alta demais. Mas não para o talento de Wayne Rooney. Em tarde inspirada, o meia-atacante inglês anotou um absurdo de gol contra o rival Manchester City, em pleno Old Trafford. Foi o mais lindo sopro de realidade da história do Teatro dos Sonhos. 

Zlatan Ibrahimovic – 2012

Faltam palavras para definir o que o vídeo abaixo mostra. Como você fez isso, Zlatan?

Tolo Barceló – 2013

Último minuto. O goleiro vai para a área, aproveita rebote da zaga e faz um golaço de bicicleta. Sonho? Não na quarta divisão da Espanha. Um gol para Leônidas da Silva aplaudir de pé.

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