Nobre admite possibilidade de compra do Allianz Parque: “se a WTorre quiser”

  • Por Jovem Pan
  • 13/11/2016 15h37
SÃO PAULO, SP - 28.03.2016: TREINO DO PALMEIRAS - O presidente Paulo Nobre, da SE Palmeiras, concede entrevista coletiva durante treinamento, na Academia de Futebol, no bairro da Barra Funda. (Foto: Cesar Greco / Fotoarena) Cesar Grego/Palmeiras/Divulgação Paulo Nobre diz não ter condições

“Se a parceira decidir vender o Allianz Parque, a gente pode tentar viabilizar a compra”. As palavras que todos os palmeirenses gostariam de ouvir foram ditas pelo presidente do clube alviverde, Paulo Nobre, durante o Plantão de Domingo da Jovem Pan. Em entrevista ao repórter Fredy Júnior, o mandatário do Palmeiras confirmou a possibilidade de compra do estádio junto à construtora WTorre.

“Gostaria de ter o tamanho que as pessoas acham que tenho. Se tivesse condições compraria o estádio. Hoje não tenho, mas os palmeirenses são engajados. Poderíamos nos unir, buscar parceiros e recursos para viabilizar a compra do estádio. Não tenho duvidas de que isso seja possível de acontecer. Mas, primeiro, precisávamos saber da vontade deles em querer comercializar o estádio”, disse.

Se a compra do Allianz Parque vier a ser realizada, Paulo Nobre poderia colocar fim à conturbada parceria entre o clube e a WTorre, responsável pela construção e administração da Arena. Desde que foi inaugurada, no final de 2014, as partes se envolveram em uma série de divergências, da comercialização de ingressos a uma recente câmera instalada no camarote da diretoria do Palmeiras.

Outro problema que o clube enfrenta é com o grande número de shows realizados na Arena e que danificam o gramado, especialmente nesta reta final do Brasileirão, em que o Palmeiras lidera e está cada vez mais próximo do título. Paulo Nobre não confirmou, mas o clube acredita que a WTorre, responsável pela administração do Allianz Parque, vem economizando nos cuidados com o campo.

Transição

Em dezembro, Paulo Nobre deixará a presidência do Palmeiras, depois de quatro temporadas, e será sucedido por Maurício Galiotte, atual primeiro vice-presidente e candidato único para eleição do clube.

Para o dirigente, o torcedor palmeirense não precisa se preocupar com a mudança de gestão. “O Maurício (Galiotte) tem todas as condições de desempenhar a função, de comandar o clube. E ele terá 100% do meu apoio. Se Deus quiser, o Palmeiras vai conseguir se manter como protagonista, como aconteceu nos últimos dois anos”, afirmou.

Sobre a ajuda ao futuro presidente do clube, Paulo Nobre garantiu que ela será restrita às questões administrativas. O mandatário disse que hoje o Palmeiras está com as contas em dia e Maurício Galiotte terá apenas que dar sequência ao trabalho que foi feito nos últimos quatro anos. “Posso ter dado o primeiro passo, mas hoje o Palmeiras anda tranquilamente com suas próprias pernas”.

Balanço

Orgulhoso por ter contribuindo com toda a mudança feita no clube durante os seus dois mandatos, Nobre lembrou que quando assumiu o Palmeiras a situação financeira do clube era complicada, o que refletia dentro do campo. “Em 2013, quando entrei, ninguém queria jogar no Palmeiras. Hoje, quando se fala em reforços, as especulações são com jogadores até pouco tempo inimagináveis”, relatou.

“Como dirigente me sinto realizado. Pegamos um Palmeiras em situação complicada e vamos entregar em uma situação melhor. Isso é uma satisfação grande para mim. Como presidente me sinto bem, por todo o trabalho que foi feito, mas como torcedor quero o título do Campeonato Brasileiro. E para que ele aconteça, não podemos perder o foco. Temos que pensar jogo a jogo”, disse o presidente.

Para 2017, Paulo Nobre afirmou que o planejamento do clube, inclusive do departamento de futebol já está definido, mas não dá detalhes do que estar por vir. “Nosso planejamento é feito com antecedência. A gente procura antecipar tudo que é possível. O planejamento de 2017 já está bem adiantado e praticamente definido, mas isso tratamos internamente”, ressaltou, sem dar pistas da renovação com o treinador Cuca e de possíveis reforços.

Gabriel Jesus

Além de encerrar o segundo mandato de Paulo Nobre na presidência do Palmeiras, o mês de dezembro marcará a despedida de uma das grandes estrelas do time alviverde e do futebol nacional. Gabriel Jesus vai deixar o Palmeiras e partir rumo ao futebol europeu, ao Manchester City, da Inglaterra. O mandatário foi perguntando sobre quem será o substituto do atacante palmeirense, mas desconversou.

“Para manter a tradição dos meus discursos, digo que nenhuma negociação que esteja em curso será comentada. Posso dizer apenas que assim como revelamos Gabriel Jesus, a base do Palmeiras tem outros jogadores interessantes que podem vir a ser aproveitados. Certamente, bons nomes vão surgir. Mas, se tiver que buscar alguém, o clube teria condições. Hoje qualquer jogador interessante no mundo da bola pode vestir a camisa do Palmeiras”, garantiu.

Futuro

Seguindo o estatuto do clube, a partir de 2017, o atual presidente se tornará membro do Conselho de Orientação e Fiscalização do Palmeiras. No entanto, o mandatário disse que não se sentirá confortável em fiscalizar Maurício Galiotte, que foi indicado pelo próprio Paulo Nobre: “Eu não me sentirei bem em fiscalizar aquele que foi meu vice nos últimos quatro anos. Não acho ético, não acho correto”.

Questionado então sobre o que irá fazer no próximo ano, Paulo Nobre ainda não sabe dizer. A possibilidade de seguir o trabalho de dirigente na Confederação Brasileira de Futebol, como foi levantada durante sua participação Plantão de Domingo, também está descartada. “A CBF nunca fez parte dos meus planos. A minha ligação com o Palmeiras é grande e qualquer atitude que tomasse, poderia ser questionada. Seria incompatível trabalhar na CBF”, ressaltou.

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