Nobre explica saída de Oswaldo e diz: “troca no comando não é algo positivo”
Após a confirmação oficial da demissão do técnico Oswaldo de Oliveira do comando do clube, o presidente Paulo Nobre, do Palmeiras, concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (9) para explicar a decisão de desligar o profissional do cargo.
“Viemos comunicar que Oswaldo de Oliveira não é mais técnico da Sociedade Esportiva Palmeiras. Acabamos de conversar com o profissional, o qual o Palmeiras deseja muita sorte, e por quem tem muito respeito pela pessoa e profissional. Ele vai seguir seu caminho, e o Palmeiras, também”, disse o mandatário palmeirense. “Chegamos à conclusão que os resultados estavam se afastando muito dos objetivos traçados, e concluímos que era melhor a troca do comando de futebol. O Palmeiras hoje passa a ser treinado interinamente pelo (Alberto) Valentim, que vai trabalhar contra o Fluminense. Todo técnico no mercado hoje é um candidato a ser técnico do Palmeiras”, prosseguiu.
Nobre negou que a troca no comando do time tenha sido motivada por pressão da torcida e da imprensa e, de acordo com o presidente, a troca de treinador não é boa, mas às vezes precisa ser feita.
“A gente respeita muito a opinião da torcida, porém entende também que o torcedor não tem compromisso com a administração. Nós não nos pautamos por pressões externas. A troca aconteceu por uma decisão da cúpula de futebol, que era melhor decisão agora”, falou. “Troca no comando do futebol não é uma coisa positiva, deve ser evitada, mas esta diretoria se pauta pela ação, nunca pela omissão. A avaliação sobre o elenco é que é um bom elenco, forte, preparado para disputa do Brasileiro, e que se eventualmente puder ser reforçado pontualmente, pode disputar qualquer jogo de igual para igual com todos no Brasil”, continuou.
Mesmo admitindo que a passagem de Oswaldo de Oliveira pelo Verdão foi breve, Paulo Nobre exaltou a qualidade de trabalho do treinador.
“Este elenco, sem dúvida nenhuma, o Oswaldo tem grande parte de responsabilidade na formação, muitos dos bons jogadores que hoje estão fazendo sucesso foram indicações dele. Eventualmente, poderia até gostar que tivesse vindo um ou outro diferente, mas os que vieram por indicação dele são um legado do qual somos muito gratos”, pontuou. “O final do ciclo do Oswaldo no Palmeiras, embora tenha sido muito curto, não tem a ver com bons técnicos estarem disponíveis no mercado. Foi uma decisão interna, pois estávamos nos afastando dos resultados imaginados, nada a ver com os técnicos no mercado”, assegurou.
Em relação ao substituto de Oswaldo, Nobre afirmou que “não tem prazo” para escolher o novo técnico e desconversou sobre Marcelo Oliveira e Cuca, dois nomes que estão sendo levantados como principais cotados ao cargo.
“Quanto à proximidade do (Alexandre Mattos com o meio do futebol facilitou todas as contratações que ele fez. Ele tem contato com vários técnicos, trabalhou dois anos com o Marcelo (Oliveira, mas tem muitos contatos, e este é um handicap para o Palmeiras. Sobre o Cuca, grande técnico, foi jogador do Palmeiras por muito tempo, encontrei ele em janeiro, no amistoso com o Shandong. Quando tiver a possibilidade de trabalhar no Palmeiras, vai ser um grande nome, como tem outros também”, frisou. “É sempre importante ter o comandante à frente do elenco, mas o Valentim tem muita experiência e consegue comandar o Palmeiras até contratar um novo técnico sem desespero. Desespero nunca funciona. Estamos muito tranquilos com esta parte”.
“Palmeiras sempre tem a meta de ser campeão. Sempre. Sempre busca os três pontos, independente do adversário, o Palmeiras entra em campo e tem de jogar para ganhar. Com o novo técnico, ele tem de estar embuído desta filosofia”, finalizou Paulo Nobre.
Oswaldo de Oliveira permaneceu no cargo por cinco meses e, em 31 partidas à frente do Verdão, somou 17 vitórias, sete empates e sete derrotas. O mau início de Campeonato Brasileiro pesou muito na determinação da diretoria, já que, em seis rodadas, o time somou apenas seis pontos (uma vitória, três empates e duas derrotas), e está entre os últimos colocados na principal competição do futebol nacional.
Com a queda de Oswaldo, quatro técnicos já foram demitidos na gestão de Paulo Nobre, já que, antes dele, Gilson Kleina, Ricardo Gareca e Dorival Júnior já haviam treinador a equipe e deixado o clube.
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