Novas ideias, irregularidade e invenções: o que Osorio mostrou de positivo e negativo

  • Por Jovem Pan
  • 06/10/2015 14h59
Montagem sobre Folhapress/Spfc.net/Facebook Carlinhos

A passagem de Juan Carlos Osorio no cargo de treinador do São Paulo foi curta. Contratado em maio para ser o substituto de Muricy Ramalho e Milton Cruz e trazer novas ideias para o futebol brasileiro, o colombiano anunciou oficialmente sua demissão nesta terça-feira (06). Mas será que, apesar de ter durado cinco meses, o trabalho de Osorio foi válido? Ele renderá frutos ao Tricolor ou apenas atrapalhou o desenvolvimento da equipe na temporada?

O Jovem Pan Online lista abaixo três pontos positivos e três negativos da passagem de Osorio no São Paulo.

Pontos positivos

Trocas de posições, posse de bola, rodízio: o legado de novas ideias

Osorio foi contratado justamente por representar uma opção diferente em relação aos já conhecidos treinadores brasileiros. Estudioso, o treinador tentou implantar um sistema de em ideias modernas, como o jogo ofensivo, de posse de bola, com rodízios no elenco. Obviamente, isso não significa resultados imediatos dentro de campo, mas pode ser um bom legado ao futebol brasileiro, engessado em suas velhas ideias. Em entrevista, Rogério Ceni chegou a dizer que o que Osorio fazia nos treinos do São Paulo nunca tinha visto nenhum outro técnico fazer.

Reabilitação de Breno e Alexandre Pato

Sem jogar por três anos por ter sido preso na Alemanha, Breno voltou ao São Paulo em 2015 e conquistou a confiança de Osorio. O treinador apostou em sua recuperação e, logo que ficou em forma, o zagueiro passou a ser titular como volante. Já Alexandre Pato mostrou seu melhor futebol nos últimos anos jogando sob o comando do técnico colombiano, quase como um ponta-esquerda, e foi comparado por ele a Neymar e Ribèry.

Briga por G4 e Copa do Brasil

Mesmo sofrendo com a perda de muitos jogadores ao longo do tempo, Osorio conseguiu fazer um bom trabalho no São Paulo. Por quê? Bem, porque, apesar dos pesares, o time está na briga por uma vaga na Libertadores via Campeonato Brasileiro e está na semifinal da Copa do Brasil. Em 28 jogos no Tricolor, Osorio conquistou 12 vitórias, sete empates e nove derrotas, com 36 gols feitos e 29 sofridos e um aproveitamento de 51,2% dos pontos.

Pontos negativos

Momentos de apatia do time

A obsessão de Osorio pelo controle da partida e o domínio da posse de bola se transformou, em algumas partidas, em lentidão e apatia. O São Paulo chegava a ter a bola nos pés, mas não conseguia ser objetivo, problema que existia desde o começo da temporada, quando Muricy Ramalho era o treinador. Esses momentos resultaram no segundo ponto negativo do trabalho do colombiano: a irregularidade.

Um São Paulo que não consegue arrancar

Apesar do saldo positivo em números de vitórias, o Tricolor não conseguiu dar uma arranca sob o comando de Osorio. Nas últimas doze rodadas do Brasileirão, por exemplo, a equipe não conseguiu vencer duas partidas consecutivas. Mesmo quando deu a impressão de que ia “engatar” ao vencer o Grêmio em Porto Alegre, o São Paulo empatou com a Chapecoense na rodada seguinte.

Invenções demais

Se por um lado Osorio foi elogiado por tentar encaixar jogadores em diferentes posições, essa atitude também lhe rendeu críticas. Em algumas partidas, por exemplo, o treinador escalou o volante Rodrigo Caio na zaga e o zagueiro Breno como volante. Em outras, usou o lateral-esquerdo Carlinhos como ponta-direita, mesmo tendo à disposição os atacantes Centurión e Wilder Guisao para exercer a função. Além disso, a insistência no rodízio nas escalações irritou aqueles que queriam ver o Tricolor assumir um padrão tático mais rapidamente.

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