Novo Hamburgo confirma domínio, vence Inter nos pênaltis e leva o Gaúcho
O Internacional tinha uma importante missão “moral” neste domingo: conquistar o heptacampeonato do Campeonato Gaúcho, ampliar o domínio regional sobre o Grêmio e demonstrar que o ano de reconstrução após o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro estava em andamento. Nada, contudo, saiu como o esperado. Após o empate por 1 a 1 na partida disputada no Estádio Centenário, em Caxias do Sul, o Novo Hamburgo ganhou nos pênaltis por 3 a 1 e conquistou o título do Campeonato Gaúcho – o jogo de ida havia sido 2 a 2.
Esse foi o primeiro título estadual da história do Novo Hamburgo, que já havia sido vice em 1942, 1947, 1949, 1950 e 1952. É, também, o primeiro de um time do interior gaúcho desde 2000, quando o Caxias levou a taça – a equipe era treinada pelo então pouco conhecido Tite.
O título, aliás, coroou a irretocável trajetória do Novo Hamburgo no Campeonato Gaúcho. A equipe teve a melhor campanha na primeira fase, eliminou o Grêmio na semifinal e deixou o torneio sem ter perdido um único jogo para a dupla Gre-Nal.
O Inter, por sua vez, perdeu a chance de conquistar o histórico heptacampeonato gaúcho e permaneceu com 45 títulos estaduais. A equipe, agora, segue a preparação para a Série B, onde estreia no sábado, contra o Londrina, fora de casa.
O JOGO – Para o desafio deste domingo, os problemas do Inter eram imensos. O segundo goleiro Marcelo Lomba, por exemplo, com uma lesão muscular, e o terceiro Keiller, com uma luxação no cotovelo, estavam vetados. Assim, mesmo sem estar plenamente recuperado de uma fratura no pé, Danilo Fernandes teve de ir a campo.
E o drama vivido pelo Internacional apenas aumentou após o apito inicial. Desorganizado e com uma certa apatia, a equipe começou mal e viu João Paulo, de cabeça, perder chance clara logo aos dois minutos.
A equipe de Antônio Carlos Zago seguia com dificuldade para sair jogando – D’Alessandro era um dos poucos a se movimentar e tentar algo diferente – e o Novo Hamburgo mantinha o domínio. Preto, de falta, quase abriu o placar aos 11.
A desorganização do Inter, então, virou lambança aos 21: Assis cruzou na área e Ernando, mesmo pouco pressionado, cabeceou contra o próprio gol, sem qualquer chance para Danilo Fernandes. Um gol sem muito mérito do Novo Hamburgo, mas que coroava a boa atuação da equipe interiorana.
Nem mesmo a desvantagem mudou a postura do Internacional. A equipe só foi chegar aos 36, em chute de Nico López para fora, sem muito perigo. Era muito pouco para quem precisava da vitória – e demonstrar que estava no caminho correto para a reconstrução
Mas tudo mudou no início do segundo tempo. Logo aos três minutos, D’Alessandro cruzou, Brenner disputou com a zaga e a bola sobrou para Rodrigo Dourado completar para as redes.
O gol alterou completamente o panorama do jogo. E o Internacional, enfim, pareceu ter despertado – e entrado para uma final. Após bate-rebate, aos 10, William quase fez o gol da virada. Carlos criou boa chance aos 16 e chutou com perigo para fora. D’Alessandro também teve grande oportunidade aos 23, dentro da área, mas desperdiçou.
Mesmo com Danilo Fernandes atuando combalido, o Novo Hamburgo pouco concluía a gol. O Inter, assim, dominava como queria o segundo tempo e desperdiçava sucessivas chances. Na principal delas, aos 46, William saiu sozinho na frente de Matheus Cavichioli, mas se atrapalhou com a bola e o goleiro abafou.
As duas equipes, que precisaram disputar as penalidades na semifinal, foram uma vez mais para a decisão por pênaltis. E aí brilhou a estrela interiorana do Novo Hamburgo.
D’Alessandro, Víctor Cuesta e Nico López desperdiçaram as três primeiras cobranças do Inter, enquanto João Paulo e Júlio Santos fizeram para o Novo Hamburgo – Léo, por sua vez, chutou no travessão. William ainda converteu o seu pênalti para o Inter, mas Pablo marcou, assegurou a vitória e deu a histórica conquista ao Novo Hamburgo.
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