Novo presidente da Lusa promete retomar caso Héverton: “devemos satisfação”
Na Série D e afundada em dívidas
Na Série D e afundada em dívidasEleito presidente da Portuguesa na noite da última segunda-feira, o radialista Alexandre Barros está ansioso para “arregaçar as mangas e tentar mudar a história” do clube que vive a pior crise de sua história. Foi isto, pelo menos, o que ele próprio garantiu em entrevista exclusiva a José Manoel de Barros que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan.
Barros vai assumir o comando da Lusa em 1º de janeiro. A prioridade, de acordo com o novo mandatário, será solucionar os problemas financeiros e de confiança pelos quais o clube passa. Depois, sim, o jovem de 42 anos vai atrás das causas da incrível derrocada da Portuguesa – que, três anos depois de disputar a Série A pela última vez, encontra-se na lamentável Série D do Campeonato Brasileiro.
“Estamos com um paciente dentro do centro cirúrgico, precisando de um transplante de coração. Eu preciso do coração para poder viver. É isto o que vamos buscar em um primeiro momento. Não adianta eu querer saber, hoje, o que motivou o problema no coração. Mas, com o coração transplantado, nós vamos atrás, sim. Não podemos ficar parados. Nós devemos uma satisfação ao povo brasileiro e ao torcedor da Portuguesa. Este caso não pode ser apagado do jeito que foi“, afirmou Alexandre Barros, referindo-se ao controverso rebaixamento da Lusa em 2013.
Na ocasião, a equipe rubro-verde se salvou do rebaixamento dentro de campo, mas foi rebaixada nos tribunais, depois de perder quatro pontos pela escalação irregular do meia Héverton. O Fluminense, que havia caído na bola, e o Flamengo, que amargaria um inédito descenso por também ter perdido pontos no tribunal, foram beneficiados, e a Lusa pagou por um erro gravíssimo de seu departamento de futebol.
Mas será que foi um erro mesmo? É isto o que Alexandre Barros vai tentar descobrir. “É um caso que vai ser, sim, apurado. Vamos tomar todas as providências para descobrir quem foram os responsáveis pelo rebaixamento da Portuguesa“, jurou. “O ex-presidente Manuel da Lupa já foi eliminado do conselho. Então, já sabemos que ele errou. Mas ainda acho que é muito pouco. Todo mundo tem o direito de saber o que de fato aconteceu. Não vai ser uma caça às bruxas, mas vamos, aos poucos, tentar solucionar este problema“, acrescentou.
Qualquer investigação, no entanto, só será aberta depois que a Portuguesa sair do buraco. O clube está na quarta divisão do futebol brasileiro, na Série A2 do Campeonato Paulista e imerso em uma crise financeira sem precedentes. O estádio do Canindé só não foi leiloado por falta de interessados, e a dívida da agremiação hoje beira os R$ 200 milhões. Para piorar, o clube ainda tem 100% de suas receitas presas pela 59ª Vara do Trabalho de São Paulo.
“A Portuguesa está sendo asfixiada, enforcada. O clube está com 100% das receitas bloqueadas. Isto é inadmissível. Que se bloqueie apenas uma parte, não tudo. Estão matando a Portuguesa“, reclamou o novo presidente rubro-verde. “A Portuguesa não pode ser achincalhada do jeito que é, não pode ser jogada na lata do lixo como está…“, acrescentou, ciente do que precisa ser feito para recolocar o clube no primeiro escalão do futebol brasileiro.
“Temos projetos de parceira, de apaixonados pelo clube, para tentar tirá-lo deste buraco. Vamos começar de dentro para fora e provar que a Portuguesa promete o que cumpre”, contou. “A primeira coisa que será feita vai ser separar o futebol do clube. O futebol vai todo para o centro de treinamentos, e o clube vai ficar no clube. Haverá duas administrações separadas, para que a Portuguesa possa voltar a ser a gigante que ela é”, finalizou.
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