“O torcedor faz falta”, reclama Zé Maria sobre torcida única no clássico

  • Por Rafael Souto / Jovem Pan
  • 12/06/2016 13h15
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Reprodução / YouTube O ex-lateral ficou conhecido pela torcida corintiana como "Super Zé" pela sua vontade em campo

O clássico entre Palmeiras e Corinthians é sempre um jogo com um ambiente diferente. A rivalidade histórica das duas equipes permite que os torcedores dos dois times anseiem por um grande jogo. Dentro dos 99 anos de jogos memoráveis, o Derby também apresenta uma série de personagens que marcaram época por inúmeros motivos, seja por gols, por dribles ou pela disposição.

Um destes protagonistas é a lenda Zé Maria, o eterno dono da lateral-direita do alvinegro. Conhecido pela sua força de vontade, dedicação e por, literalmente, dar o sangue pelo clube, Zé falou com exclusividade à Jovem Pan Online sobre a dimensão que o clássico possui e apontou que é importante lembrar que sempre existem os dois lados da moeda: “tem momentos de alegria e tem momentos de tristeza também. Eu me lembro de um Corinthians e Palmeiras que terminou em 4 x 3 para nós, em 1973, que foi espetacular. Por outro lado, tivemos uma decisão em 1974, pelo Campeonato Paulista, que teve o gol do Ronaldo e que nos entristeceu demais. São momentos de um lado positivo e de outro lado negativo.”, analisou.

Acostumado com uma época em que o Estádio do Morumbi recebia mais de 100 mil torcedores e que abrigava duas torcidas, Zé Maria comentou que o clássico deste domingo ganhou um contexto mais triste por receber apenas os torcedores do Palmeiras no Allianz Parque: “Eu acredito que, de uma certa, forma entristece. Ninguém gostaria de ver até o final da temporada com uma torcida só. As duas torcidas perdem, a que vai para o estádio não tem ninguém para torcer contra e o jogador também é prejudicado”, frisou.

Ainda sobre a presença de apenas uma única torcida no duelo deste domingo (12), na opinião do ex-jogador, os dirigentes dos dois clubes poderiam ter uma atitude mais firme para organizar um trabalho de pacificação, uma vez que as famílias deixam de ir aos estádios por conta da violência que cada vez mais ganha terreno: “eu acho que os diretores têm que tomar o pulso e chamar os grupos para tentar fazer um trabalho mais organizado. O torcedor faz falta, ao banir o torcedor, você prejudica o clube e também o espetáculo.”.

O ex-lateral ainda afirmou que a presença da torcida dos dois clubes agrega não só à festa, mas oferece também aos jogadores uma espécie de “combustível”. Para exemplificar, Zé Maria recorreu ao seu tempo de atleta para falar da importância da torcida no estádio:  “era um estímulo muito grande. É uma cobrança que, as vezes, alguns reclamam, mas eu acho importante porque o torcedor, de uma certa forma, inflama. Principalmente num momento mais difícil que você está atravessando, aquele empurrão é importante para fazer o time voltar a jogar bem.”

Sobre o jogo válido pela sétima rodada do Brasileirão, Zé Maria acredita que a torcida palmeirense pode fazer a diferença para o Verdão: “é um jogo bastante equilibrado, até pelas circunstâncias que as duas equipes passaram, o Corinthians vem de um desmanche e o Palmeiras vem a procura de uma melhor condição. Se existisse um favoritismo, seria da torcida. Como o Palmeiras joga no seu campo, tem mais obrigação de ganhar.”

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