Obama diz que “grande desafio” da Rússia será garantir a segurança em Sochi
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira que a Rússia tem como “grande desafio” garantir a segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, que terão sua abertura oficial nesta sexta-feira e vão até o dia 23, e ressaltou que sua administração trabalha “constantemente” com as autoridades russas.
“Os russos têm um enorme desafio, obviamente, prevenir qualquer tipo de ataque terrorista ou de violência nos locais dos Jogos. Eles investiram muitos recursos nisso. Estamos em contínua comunicação com eles, tanto em nível policial, como em nível militar e de inteligência”, garantiu hoje Obama em uma entrevista para a emissora “NBC”.
Suas declarações acontecem um dia depois que o Departamento de Segurança Nacional dos EUA alertou as companhias aéreas que possuem voos diretos para a Rússia, especialmente Sochi, sobre a possibilidade de atentados com explosivos escondidos em tubos de pasta de dente.
A guerrilha islâmica do Cáucaso e outros grupos extremistas vêm ameaçando a realização dos Jogos há meses, com mensagens que se intensificaram nas últimas semanas.
Os EUA ofereceram várias vezes sua colaboração à Rússia, sobretudo depois dos dois atentados suicidas que causaram a morte de 30 pessoas no final de 2013 na cidade de Volgogrado, também no sul do país.
Obama disse hoje que seu governo “trabalha permanentemente” com as autoridades russas para garantir a segurança em Sochi. Mais de 230 atletas e 270 treinadores dos Estados Unidos já estão na cidade. Além disso, são esperados aproximadamente 10 mil cidadãos americanos para torcer por seus atletas.
Por outro lado, o secretário de Estado, John Kerry, disse em entrevista à mesma emissora que as pessoas que forem aos Jogos devem “ter cuidado”, mas descartou pedir aos cidadãos que reconsiderem viajar para Sochi.
“Se um americano quer ir, e incluo aí minha filha, eu diria que sim”, afirmou.
Os EUA consideram que um ataque terrorista é mais provável fora de Sochi, em áreas com menos segurança e, portanto, mais vulneráveis às “ameaças específicas” que existem sobre a competição.
O diretor do Centro Nacional contra o Terrorismo, Matthew G. Olsen, explicou ontem em uma Comissão de Inteligência do Congresso que as ameaças têm “diferentes graus de credibilidade” e que o maior perigo é representado pela organização Ismarat Kazkaz (Emirado do Cáucaso).
Devido à proximidade do evento, Obama manteve ontem uma reunião com o alto escalão de seu governo para analisar a segurança dos milhares de cidadãos que viajarão para Sochi, um assunto sobre o qual nem ele, nem outros membros destacados de sua Administração, esconderam sua preocupação nas últimas semanas.
Apesar das ameaças, ninguém cogitou um possível adiamento dos Jogos, que despontam como os mais caros da história com um gasto previsto de US$ 50 bilhões.
Mais de 52 mil agentes da polícia e efetivos do Ministério do Interior russo, assim como 23 mil membros do Ministério para Situações de Emergências, se encarregarão da segurança dos Jogos.
Em sua entrevista de hoje para a “NBC”, Obama também se referiu à decisão de incluir a atletas declaradamente gays na delegação americana dos Jogos.
“Não há dúvida que queremos que fique muito claro que nós não toleramos nenhum tipo de discriminação, inclusive a relacionada com a orientação sexual, e uma das coisas mais maravilhosas dos Jogos é que os atletas são julgados por seus méritos”, destacou.
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