Anderson Silva revela ter sofrido racismo nos EUA: ‘Policiais me seguiam até minha casa’
Lenda do UFC (Ultimate Fighting Championship, em inglês), Anderson Silva revelou que já sofreu racismo nos Estados Unidos. Em entrevista à “CNN”, o lutador brasileiro comentou que já foi seguido por policiais durante a construção de sua casa em Los Angeles.
“Quando eu mudei pra cá, onde a gente mora agora, quando a gente estava construindo a casa, eu tive vários problemas aqui com a polícia da área. A gente vinha visitar a obra e até depois mesmo com a casa construída, dirigindo pra cá, a polícia parava e perguntava ‘você está indo aonde, onde você mora?’. Os policiais me seguiam até a frente da minha casa para realmente saber se eu morava aqui”, contou o Spider.
“Existem os dois lados, que eles nunca me viram por aqui, outra que é a segurança do bairro, não sei, mas eu prefiro acreditar que seja por isso, pelo meu carro ser um carro que ninguém tinha visto ainda. Ainda assim, pararam meus filhos, esposa, todas as pessoas da minha casa, várias vezes”, completou Spider, que vive em solo estadunidense há dez anos.
Anderson Silva também contou que já foi vitima de preconceito racial no Brasil, antes da fama. “Passei por situações na minha infância de racismo, trabalhando numa rede de lanchonete muito famosa. Um senhor entrou e eu estava no balcão. Ele perguntou se tinha alguém para atender. Eu falei ‘claro’. Ele disse que não queria ser atendido por um negro. Minha irmã também, na escola, quando criança, as meninas seguraram ela e pintaram ela de giz”, lamentou.
O tema ganhou mais repercussão após o assassinato de George Floyd, homem negro de 46 anos que foi morto por um policial branco, que apoiou o joelho no pescoço dele por longos minutos. Devido ao crime, milhares de pessoas saíram às ruas no Estados Unidos e em outros países para se manifestar contra o preconceito racial.
Quanto ao tema, Anderson Silva apoiou as reivindicações. “A gente espera que ocorra uma mudança, pois isso vem acontecendo há muitos anos, no Brasil também. Mas é importante que nossos governantes entendam que é o direito de sermos respeitados como negros. Isso que está faltando”, declarou o lutador.
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