Ano eleitoral mantém indefinição sobre futuro do GP do Brasil de Fórmula 1

  • Por Estadão Conteúdo
  • 14/11/2017 09h32
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Fernando Bizerrra Jr / EFE Segundo promotor do GP, futuro da prova da F1 no Brasil será decidido após eleições presidenciais

O futuro do GP do Brasil de Fórmula 1 ficará em modo de espera nos próximos meses. Com contrato até 2020, a organização da corrida brasileira vai aguardar pelas eleições presidenciais do próximo ano para dar início às negociações visando a permanência da prova em São Paulo pela próxima década.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o promotor do GP, Tamas Rohonyi, afirmou que a renovação do contrato vai depender de uma “decisão política”. “Um evento deste tamanho, como a Fórmula 1, uma Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos, seja aqui ou na China, dependem essencialmente de decisões políticas, e não esportivas ou econômicas. Apenas políticas”, ressaltou. “Não é algo simples, tem até tramitações internacionais”.

Mas, na sua avaliação, o panorama político da cidade e do país estão indefinidos. A possível saída de João Doria da prefeitura, para se candidatar a outro cargo, e a disputa presidencial contribuem para a indefinição política que afetaria diretamente o futuro do GP.

“Falta para nós neste momento uma decisão um pouquinho mais clara sobre quais são as forças políticas de 2018 que podem interferir de uma forma ou de outra [no futuro do GP]. O Doria vai ficar na prefeitura? Vai ser candidato? Quem vai ser o novo presidente?”, questionou Rohonyi.

Por conta destas perguntas, ele acredita que o melhor momento para iniciar a negociação é após as eleições, marcadas para outubro do próximo ano. “Acho que o momento certo para tomar uma decisão é depois das eleições presidenciais, para sabermos para qual lado as coisas vão e, principalmente, para saber como o país estará economicamente”.

As eleições já prejudicam a programação natural do processo de renovação do GP. Geralmente, as discussões se iniciam a dois anos do fim do contrato. Mas o processo de privatização do Autódromo de Interlagos impede o começo das conversas porque a organização da corrida brasileira não sabe quem será o novo dono do local. Pela previsão inicial do prefeito, o circuito seria leiloado até abril. Mas questões na Justiça, como a liminar anunciada na semana passada, podem adiar a venda.

Por essa razão, o promotor do GP admite que há possibilidade de levar a corrida para fora de São Paulo. “Temos dois ou três planos de contingência. O prefeito nos disse que devemos ficar aqui e eu respondi: só vamos ir para outro lugar se o senhor nos expulsar de São Paulo”, declarou. “Infelizmente, é uma situação que segue indefinida”.

As possibilidades são Florianópolis, Brasília, Rio de Janeiro e Salvador, com mais chances para as duas primeiras. Mas Rohonyi pondera que uma decisão política também pode pesar na definição sobre o plano B. “Se amanhã um presidente dizer que quer o GP em Brasília, pronto, está feito”, afirmou.

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