Após Confederação alegar falta de verbas, Hugo Hoyama precisa custear viagem do próprio bolso
Segundo maior medalhista brasileiro em Jogos Pan-Americanos, 15 no total, o mesa-tenista Hugo Hoyama é mais uma das vítimas da cartolagem. Técnico da seleção brasileira feminina de Tênis de Mesa, que vai disputar o Pan-Americano da modalidade, na Colômbia, em setembro, Hoyama foi cortado da viagem pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).
Em entrevista exclusiva ao repórter da Jovem Pan Fredy Junior, Hugo Hoyama destaca que a entidade alegou corte de verbas, mesmo assim ficou muito triste com a situação. “Foi feito um projeto pela CBTM em que estavam inclusos três atletas do masculino, três do feminino e um técnico. Meu nome não estava na relação e fui conversar com o presidente. Eles me falaram que as verbas estavam mais difíceis esse ano, inclusive que há atrasos de salários de técnicos do ano passado, a gente até entende. Mas fiquei chateado”, revelou o ex-mesatenista.
Pensando na seleção e em não deixar as atletas desamparadas, Hugo Hoyama vai colocar dinheiro do próprio bolso. “Não quero deixar as meninas sozinhas lá, quero realmente ajudá-las. Estou na seleção há quatro anos e quero estar junto com elas até o Pan-Americano de Lima (2019) e nas Olimpíadas de Tóquio (2020)”, ressaltou.
“Eu não imaginava que teria que passar por isso. Como atleta, lá atrás, eu já tive que pagar do bolso e investir para participar de competições. Mas como técnico é a primeira vez e espero que seja a última”, completou.
Hoyama explica que as disputas de Tênis de Mesa envolvem inúmeros jogos por várias categorias, e apenas um técnico não consegue dividir as atenções para todos os atletas. “Nesses campeonatos são quatro categorias: equipes, individual, duplas e duplas mistas. É impossível que um técnico consiga ajudar todos os jogadores. Eu realmente quero ir para ajudar as meninas”, disse.
Projetos separados
Segundo o ícone do tênis de mesa, a Confederação estabeleceu algumas prioridades em que inclui o técnico Paco, além disso a outro projeto paralelo para Hugo Calderano e seu treinador, Jean-René. “Para mim, a grande tristeza é não ter sido incluído no primeiro projeto. Países com menor representatividade não deixam de levar um técnico para cada categoria (masculino e feminino). É triste. Quando nós (técnicos) ficamos sabendo fomos conversar com a CBTM e eles disseram que não seria possível incluir outro técnico”, lamentou Hugo Hoyama.
“Agora já comprei a passagem e estou correndo atrás de patrocinadores para custear parte das despesas. Chegando lá só quero esquecer tudo isso e ajudar as meninas”, finalizou.
*Com informações do repórter Fredy Junior
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