Após queda de Nuzman, entidade Atletas pelo Brasil pede maior participação no COB

  • Por Estadão Conteúdo
  • 31/10/2017 18h00 - Atualizado em 31/10/2017 18h14
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Divulgação Esporte Olímpico Atletas pelo Brasil Atletas pelo Brasil foi criado para defender o esporte brasileiro

Uma das principais entidades que representam atletas no País está insatisfeita com a forma como está sendo tratada a mudança de estatuto do Comitê Olímpico do Brasil (COB). A Atletas pelo Brasil questiona a forma como a comissão estatuinte foi escolhida e o prazo dado para a conclusão dos trabalhos. Além disso, a organização já avisou que não abre mão de uma maior participação de atletas nas decisões do COB e promete agir caso as mudanças fiquem aquém do esperado.

A comissão de reforma do estatuto é formada por quatro pessoas – os presidentes da Confederação Brasileira de Vela, Marco Aurélio de Sá Ribeiro, de Esgrima, Ricardo Machado, e de Atletismo, José Antônio Fernandes, além do presidente da comissão de atletas do comitê, o judoca Tiago Camilo. O grupo foi escolhido em assembleia do COB realizada no último dia 11, minutos após o ex-presidente da entidade, Carlos Arthur Nuzman, renunciar.

“O que a gente questiona, até pela questão da legitimidade, é implantarem uma estatuinte dessa forma, quais foram os critérios para a escolha e a pressa (para encerrar os trabalhos). A gente acredita que vai haver mudanças, mas queremos maior transparência”, disse o presidente da Atletas pelo Brasil, o ex-jogador de futebol Raí.

Ao ser escolhida a comissão, o presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira, pediu que a redação do novo estatuto fosse votada em até 45 dias. A assembleia geral do comitê deve aprovar o documento no próximo dia 22 de novembro.

“No período final estão convidando mais pessoas para debater, mas a gente acredita que o tempo e a maneira como isso é feito deveria ter uma discussão maior”, ressaltou Raí. “Poderia ser a Atletas pelo Brasil ou outra entidade, mas tinha que ser algo mais aberto, que envolvesse mais atletas, outros atores que já têm história de reivindicação no esporte”.

Na última quinta, Gustavo Borges, Flávio Canto, Patrícia Medrado, Magic Paula e Ricardo Vidal se encontraram com a comissão e apresentarem as reivindicações da Atletas pelo Brasil Eles pediram participação igualitária dos atletas nas eleições – atualmente, eles têm direito a um único voto num universo de mais de 40 – e flexibilização nas regras para inscrição de chapas.

Ao assumir o comando do COB, Paulo Wanderley admitiu que o processo eleitoral precisava ser reformado. Dentre as mudanças, apontou um prazo menor para inscrição de candidatos e criticou a exigência do apoio de pelo menos dez confederações para se inscrever uma chapa. Ao mesmo tempo, porém, demonstrou-se contrário à ideia de dar paridade de votos a atletas e presidentes de confederações.

Para Raí, o peso dos votos pode até ser diferente, mas não tanto quanto o atual. “A gente tem uma ideia de um processo mais igualitário, mas temos que reconhecer, até por determinação do comitê internacional, que mesmo peso talvez não seja possível. A gente quer que os atletas representem pelo menos 1/3 do colégio eleitoral, e que seja pelo menos um atleta por confederação”, destacou.

Ele disse ainda que os atletas querem mais espaço não apenas nas assembleias do COB, mas também nas instâncias de governança. A Atletas pelo Brasil defende a criação de um conselho de administração e fiscalização independente, formado por atletas, ex-atletas e pessoas não ligadas a confederações esportivas.

“Tem que ser mais democrático. Esse movimento está crescendo, o interesse dos atletas que tem história, peso, opinião, está ficando cada vez maior”. Nesta quarta-feira, Raí e a diretora executiva da Atletas pelo Brasil, Louise Bezerra, irão ao COB para um novo encontro com a comissão de reforma do estatuto.

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