Com recorde, Petrúcio e Yohansson fazem dobradinha nos 100m no Mundial

  • Por Estadão Conteúdo
  • 15/07/2017 18h35
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Divulgação / Daniel Zappe / CPB / MPIX Petrúcio Ferreira dos Santos e Yohansson do Nascimento, medlhas de ouro e prata no Mundial de Atletismo Paralímpico

“Quando eu nasci, muita gente ia em casa visitar eu e a minha mãe e falava: ‘Olha, coitado, esse ai vai pedir esmola quando crescer’. Eu poderia pedir esmola, mas eu escolhi ser campeão. Eu escolhi ser o melhor no que eu me propus a fazer”. Esse é o jeito do alagoano Yohansson do Nascimento para explicar os seus dez anos de dedicação ao atletismo paralímpico brasileiro. Neste sábado (15), ele conquistou sua nona medalha em Mundiais ao ser prata nos 100 metros categoria T47 (membros superiores parcialmente amputados). O ouro? Foi para outro fenômenos brasileiro nas pistas, o paraibano Petrúcio Ferreira dos Santos.

Petrúcio voou pelo Estádio Olímpico de Londres e correu os 100 metros em 10s53, novo recorde mundial – o tempo anterior também era seu, 10s56, obtido nos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016. “Eu sempre disse para a minha mãe que um dia eu ia representar o meu País e hoje eu tenho a oportunidade. Tenho a sensação de dever cumprido”, disse o atleta, que conquistou sua primeira medalha em mundiais e foi descoberto em uma prova para garotos, quando correu descalço e desbancou os adversários, que usavam tênis, com muita facilidade.

O tempo de 10s53 obtido por Petrúcio em Londres-2017 está apenas a pouco mais de meio segundo acima do recorde brasileiro dos 100 metros, que já dura quase 30 anos – o ex-velocista e medalhista olímpico Robson Caetano cravou 10s no México, em setembro de 1988. “Olha, quem sabe eu consiga atingir essa marca. Eu gostaria sim, mas um degrau de cada vez”, disse Petrúcio.

FELICIDADE – Yohansson esbanja simpatia e alegria. “Eu estou emocionado. Me arrepio porque são doze anos de carreira com vitórias. Estou com 30 anos, e não fico pensando muito no que já passou. Eu quero continuar a me emocionar quando o árbitro de linha dá o tiro de partida. Desde 2007 eu não volto para casa sem medalha. Não corro só por números, corro para me divertir. Como se fosse uma brincadeira. Faço isso com simpatia, sou apaixonado pelo esporte”, disse o brasileiro.

Yohansson gosta de futebol. Seu time do coração é o CRB, da sua cidade natal, Maceió. “Na Série B do ano passado a gente tropeçou muito em casa. Eu fui em todos os jogos no interior de São Paulo. Nesse ano, começamos bem, perdemos cinco consecutivas, mas o time deu a volta por cima e já está brigando no G4. Eu quero ver o CRB na Série A. Eu torço para o esporte do meu estado, para Alagoas, terra da rainha Marta, não ser lembrada apelas pelas belas praias, mas também por um lugar onde o esporte é importante”, afirmou. Mas e o maior rival, o CSA? “Olha, torço por eles também vai, mas posso dizer que não vou cruzar os dedos pelo time”, disse, às gargalhadas.

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