Em batalha de 6h36min, Anderson bate Isner e avança à final de Wimbledon

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/07/2018 19h50
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EFE/EPA/GLYN KIRK Partida entre Kevin Anderson x John Isner foi a quarta mais longa da história do tênis mundial

Uma vaga na grande final de Wimbledon nunca foi tão suada. Algoz do favorito Roger Federer nas quartas de final, o sul-africano Kevin Anderson precisou de nada menos que 6h36min nesta sexta-feira para superar o norte-americano John Isner pelo placar de 3 sets a 2, com inesperadas parciais de 7/6 (8/6), 6/7 (5/7), 6/7 (9/11), 6/4 e 26/24. Foi a semifinal mais longa da história do Grand Slam britânico.

Além disso, foi o duelo de maior duração na famosa quadra central do campeonato. No total, o confronto é o quarto mais longa da história do tênis. Curiosamente, Isner também estava no mais longo de todos, também disputado em Wimbledon. O jogo contra o francês Nicolas Mahut, vencido pelo norte-americano, durou 11h05min, em 2010 – o quinto set terminou em 70/68.

Desta vez, Isner não levou a melhor. Mas não deixou a partida histórica de “mãos abanando”. Novamente, ele entrou para os registros de Wimbledon. O atual número 10 do mundo bateu o recorde de aces em apenas uma edição da competição, com 214. A marca anterior era de 212 e pertencia ao croata Goran Ivanisevic, campeão em 2001, justamente quando atingiu o expressivo número.

Somente nesta sexta, Isner disparou 53 aces, contra 49 de Anderson. Os demais números da partida também surpreendem. Foram 129 bolas vencedoras do americano, diante de 118 do sul-africano Isner foi o responsável ainda pelo maior número de erros não forçados: 59 a 24. Diante de saques tão poderosos, a partida contou com apenas seis quebras de saque. No total, Anderson somou 298 pontos, contra 271 do perdedor.

Com o grande triunfo, o número 8 do mundo vai se tornar o segundo sul-africano a disputar uma final de Wimbledon – o primeiro foi Brian Norton, há 97 anos. No domingo, Anderson estará em sua segunda final de Grand Slam. Na primeira, no US Open do ano passado, ele foi batido pelo espanhol Rafael Nadal.

Nadal, por sinal, poderá ser seu adversário novamente. Para tanto, terá que superar o sérvio Novak Djokovic. Eles entram em quadra ainda nesta sexta, na sequência da “maratona” entre Anderson e Isner, na mesma quadra central.

O JOGO – No embalo da vitória sobre Roger Federer, a maior de sua carreira, Anderson começou melhor o jogo e levou o set inicial no tie-break, sem qualquer quebra de saque ao longo da toda a parcial. Isner chegou a ter três oportunidades, mas não as converteu. O mesmo ritmo foi mantido no segundo set, sem quebras e com apenas um break point, em favor de Anderson. Desta vez, o americano levou a melhor no tie-break.

As primeiras quebras do jogo só vieram no terceiro set. Cada um conseguiu se impor no saque do rival e o duelo precisou ser decidido novamente no tie-break. Em mais um embate apertado, Isner levou a melhor novamente e decretou a virada no placar da primeira semifinal em Londres.

Anderson, contudo, não se abalou. Ele buscou o novo empate no marcador. E, desta vez, sem precisar de tie-break. Numa parcial com três quebras de serviço, o sul-africano obteve duas delas e abriu vantagem suficiente para fechar o quarto set e deixar tudo igual de novo.

O quinto e decisivo set, sem a possibilidade de tie-break, foi um dos mais longos desta edição. Os dois tenistas seguiram distribuindo aces, saque e voleios e muita força do fundo de quadra. Sem qualquer quebra, o jogo foi se estendendo após seguidos empates – 7/7, 10/10, 15/15, 20/20 – até que Isner passou a vacilar em seus serviços.

Após sair do “buraco” por três vezes, revertendo desvantagem de 0/30, o norte-americano oscilou demais no 49º game e Anderson aproveitou sua chance. Faturou a quebra e, no game seguinte, sacramentou a incrível e cansativa vitória em 6h36min – somente o quinto set durou quase três horas.

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