Fernando Meligeni comenta classificação do Brasil: ‘Eu estou adorando a seleção sem o Neymar’
O ex-tenista Fernando Meligeni participou, na manhã desta quarta-feira (3), do programa Morning Show, da Jovem Pan, e opinou sobre a campanha da seleção brasileira na Copa América. No dia seguinte da vitória por 2 a 0 diante da Argentina, Fininho admitiu estar gostando mais do desempenho do Brasil sem a presença de Neymar, cortado do torneio após sofrer lesão.
“Estou adorando a seleção sem o Neymar, porque a seleção está jogando para ela, não para o Neymar. A seleção está surfando essa onda agora, linda, sem olhar para aonde está o Neymar. Diferente da Argentina, que fica: ‘Onde está o Messi’ o tempo todo’, disse o ex-comentarista da ESPN.
Nascido na Argentina, Meligeni falou que “enquanto a seleção argentina jogar apenas para o Messi, não irá ganhar nada”, também se referindo ao tabu de 26 anos sem levantar uma taça.
Apesar de ter uma carreira respeitada como comentarista esportivo e acompanhar as partidas com frequência, Fininho diz que não se sente mais identificado com os jogadores de futebol atualmente. O tenista aposentado afirmou que falta mais interação com o público por parte dos futebolistas.
“Hoje, para mim, é muito claro: eu não sofro mais pelo futebol. Eu sou muito sensível a essa história de corrupção, babaquice. Eu acho que não consigo ver um jogo e ver que, 2 horas antes como o jogo de ontem, os jogadores da seleção indo para o ônibus e acenando no máximo com a ‘mão de jacaré’. Eu não vejo nenhum tipo de interação com o público. ‘Sou jogador, sou fo**, se falar mal eu vou xingar’. Mas não interage com o público. E aí mete uma marra. Eu não faço parte dessa seleção. Não consigo abraçar”, confessou.
“O Guga nunca pediu um ingresso a mais para mim, a familia dele nao vivia no mesmo vestiário que a gente. O número 1 ganhava na quadra. O Guga nao fez nenhuma exigência. Eu acho isso maravilhoso”, continuou.
Vida na televisão
Ex-top 25 da ATP, Fernando Meligeni se aventurou no mundo televisivo, sendo um dos destaques da ESPN entre 2012 e 2018. No final do ano passado, no entanto, ele não renovou seu contrato, deixando a emissora. No programa Morning Show, Fininho admitiu que, no início, sentiu um pouco de dificuldade na nova função de apresentador/comentarista.
“Eu não era da TV. Quando o Zico me convidou, eu não tinha noção. Ser entrevistado é muito mais fácil. Levar a coisa é muito mais complicado. O que eu tento fazer é falar com a verdade. Falar de frente, não ofender ninguém”, disse.
O ex-esportista também falou sobre a possibilidade de voltar a aparecer nas telas. “Eu estou num processo duro porque eu saí da ESPN no final do ano passado, numa saída meio chata. Gosto da TV, não preciso estar na TV, mas é legal fazer. Mas tem que ser nos meus moldes, preciso levar meu filho para escola, cuidar da minha esposa. Família em primeiro lugar”, afirmou.
Tênis é um esporte elitista?
Meligeni também foi questionado se considerava o tênis um esporte de pessoas de classes sociais mais favorecidas. Ele, então, apontou que praticar qualquer esporte no Brasil é caro.
“Eu falo que o tênis não é elitizado. Que esporte não é elitizado? O futebol, que tinha terrão e agora as construtoras dominaram tudo, não é elitizado?. Você treina vôlei? Aonde você treina? Dentro de clube. Dentro dos esportes que são mais de elite, você tem automobilismo, hipismo, tênis, golfe…. O esporte tá brigando contra o dólar e euro. Qual é ajuda que a Carol [Sobrinha tenista que jogará o Pan] recebe por mês? Mil reais. Dá pra jogar o Pan?”, questionou.
Para Fininho, falta que o Governo crie políticas públicas que permitam mais acesso da população ao esporte.
“Por que não baixa a alíquota da raquete? Não muda nada. Porque coloca 60%, 70% de alíquota? Vai ajudar muito o esporte. O Brasil e o país do faz de conta. Eu poderia estar de boa agora e não falar nada”, reclamou. “Os últimos 5 ministros do esportes nunca chutaram uma bola”, acrescentou.
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