Gustavo Borges defende critério de convocação para Mundial de Natação: ‘Sempre que muda, algo fica estranho’

O ex-nadador esteve em evento no Esporte Clube Pinheiros nesta terça (23)

  • Por Marina Ogawa/Jovem Pan
  • 24/04/2019 09h06 - Atualizado em 24/04/2019 09h07
Reprodução/Facebook Gustavo Borges ressaltou a importância de Nicholas Santos para a natação brasileira, mas defendeu que os critérios sejam seguidos

Veterano na natação brasileira, Nicholas Santos, de 39 anos, fez no último fim de semana o segundo melhor tempo do mundo na prova dos 50 metros borboleta, com 22s77 – o primeiro é o russo Oleg Kostin, com 22s74. Entretanto, a vitória no Troféu Maria Lenk não foi sua garantia de passaporte carimbado para o Mundial que será realizado na Coreia do Sul, em julho.

O critério de convocação da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) não prevê a ida de atletas para competirem em distâncias que não fazem parte do programa das Olimpíadas – como são os casos das provas de 50m borboleta, costas e peito.

Disposto a tentar uma vaga no Mundial, Nicholas Santos já havia dito que poderia até mesmo apelar à Fina (Federação Internacional de Natação) e que pagaria do próprio bolso sua ida ao campeonato.

À Jovem Pan, o medalhista olímpico e ex-nadador Gustavo Borges ressaltou a importância de Nicholas Santos para a natação brasileira, mas defendeu que os critérios sejam seguidos. “O Brasil é muito forte nestes nados [50m], o objetivo é ver se vale ou não investir em uma prova como essa no ano anterior à Olimpíada. Faz sentido pra mim um critério como esse.”, disse. “Sempre que muda alguma coisa [no critério após a competição], fica estranho”.

Gustavo Borges esteve presente em evento na capital paulista, no Esporte Clube Pinheiros, nesta terça-feira (23), que lançou um novo pódio que reflete, de forma justa, os resultados da natação.

O ex-nadador afirmou ainda que gostaria de levar Nicholas Santos, mas seguiu em defesa da regra adotada pela CBDA antes da realização do Troféu Maria Lenk. “No último Mundial abriram um critério para levá-lo. É um excelente nadador, o critério foi montado com comissão técnica, federação. Se tem critério, o que a gente gosta que aconteça é seguir o critério”.

Medalhista em Barcelona 1992, Borges defendeu também uma discussão ampla entre técnicos e a CBDA, para que se decida o que fazer em casos como esse no futuro.

O comentarista esportivo Alex Pussieldi, também presente no evento, lembrou a ocasião que levou Nicholas Santos ao Mundial de Kazan, em 2015. Na época, entretanto, ficou determinado antes do início da competição que se houvesse algum “resultado extraordinário” haveria a queda do critério.

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