Hamilton esclarece que criticou toda a Fórmula 1 por silêncio sobre o racismo
Piloto britânico teceu duras críticas à entidade e aos companheiros por não se pronunciarem contra o preconceito racial
Às vésperas do início da temporada de 2020 da Fórmula 1, com a realização do GP da Áustria neste final de semana, o assunto racismo ainda repercute nos bastidores. Nesta quinta-feira, o inglês Lewis Hamilton fez um esclarecimento sobre suas críticas feitas em maio à categoria pelo silêncio durante protestos antirracistas nos Estados Unidos. O que parecia um ataque exclusivo aos pilotos, que logo fizeram questão de apoiar a causa, é na verdade para a comunidade inteira da F-1
O hexacampeão mundial disse que a categoria não faz o suficiente para ser mais igualitária. “No fim das contas, a percepção das pessoas foi de ser um ataque aos pilotos, mas não era”, disse Hamilton em vídeo divulgado pela Mercedes. “Eu estava falando sobre a Fórmula 1 inteira. É algo que eu sei há muito, muito tempo e que ninguém fez nada contra. No mundo atual, nós todos temos uma plataforma para usar nossas vozes. Nós todos temos seguidores, nossas vozes são poderosas. Se você não tenta encorajar as pessoas a entender a situação e o motivo para estarmos nela, isso é frustrante”, prosseguiu.
“Pessoas em silêncio é algo que eu vejo há muito tempo e esse não é o momento de ficar em silêncio. É o momento de espalhar uma mensagem, de se unir. Precisamos de tantas vozes quanto possível para realizar uma mudança. Eu queria chamar todos na nossa indústria. Que eles se responsabilizem, assim como todas as marcas. Eles todos precisam fazer mais. O esporte precisa fazer mais, a FIA precisa fazer mais. Nós todos precisamos fazer mais, esse era o objetivo da mensagem”, completou Hamilton.
Em junho, pouco depois da morte do segurança americano George Floyd em uma abordagem policial nos Estados Unidos, a conscientização foi maior. A Fórmula 1, por exemplo, lançou a campanha “We Race as One” (Corremos Juntos, em tradução literal), que tem como objetivo abordar questões sociais.
A Mercedes, equipe de Hamilton, aproveitou para anunciar que o modelo W11 passará a ser totalmente preto, e não mais prata, para enfatizar a luta antirracista. O próprio Hamilton vai usar nesta temporada um macacão preto ao invés do branco.
*Com Estadão Conteúdo
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