Maurren Maggi sobre Jogos Olímpicos: COI fez ‘o que tinha que ser feito’
Ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, Maurren Maggi endossou a postura do Comitê Olímpico Internacional (COI) de adiar os Jogos de Tóquio para 2021. Segundo a ex-atleta do salto com vara, a medida foi correta, diante da pandemia de coronavírus. Maurren concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da Jovem Pan na tarde desta terça-feira, 24.
“Era o que tinha que ser feito, eu não tinha dúvidas de que ia acontecer. Os atletas não estão treinando”, comentou. Além dos treinos em casa, Maurren afirma que o contato com o treinador é fundamental nessa frase da preparação. “Nas provas de salto com vara, por exemplo, não é a torcida que vai ajudar, é o treinamento e a presença do técnico. Algumas modalidades do atletismo precisam do técnico junto para incentivar, ajudar, corrigir os erros”.
Sobre a preparação física, Maurren conta que ao menos no atletismo, a mudança no calendário não deve prejudicar as delegações. “Os atletas têm um ciclo de quatro anos. O que vai mudar: anualmente, todos os atletas param em setembro ou outubro, para fazer um período de transição para o início do próximo. Desta vez, vão ter um descanso forçado para entrar em 2021. Não faz diferença se eles voltarem a treinar em alto rendimento para o ciclo 2021. É como se o atleta perdesse o ano Olímpico por uma lesão e tivesse que voltar a treinar para disputar o Mundial. No atletismo, não faz diferença se ele voltar para o treinamento no fim deste ano para ir para nas Olimpíadas em 2021”.
Ela reforça que os atletas estão cumprindo o papel social quando a conscientização sobre o vírus. “Tá todo mundo muito tranquilo, estamos fazendo a nossa parte como cidadãos. Eu tenho colocado no Instagram que eles têm feito. A gente tem que manter a nossa atividade, de qualquer maneira tem que fazer alguma coisa. Tenho visto alguns até fazendo exercícios com os cachorros, agachamento levantando alguém. Todos em casa.”
Patrocínio
Uma das preocupações dos atletas olímpicos com a remarcação dos Jogos de Tóquio é a relação com os patrocinadores, com quem eles mantém contratos anuais. Para Maurren, a situação extrema deve fazer com que os contratos sejam renovados. “Habitualmente os patrocinadores fecham por temporada, e quando acaba, renova o contrato. Acredito que por conta de tudo isso, eles não vão nos abandonar”.
A medalhista de ouro se colocou à disposição do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e das federações de atletismo para fazer peças publicitárias e campanhas, caso seja necessários mais esforços para manter os incentivos. “Faço o que for preciso para manter os patrocínios de quem já vai para a Olimpíada e de quem tem grandes chances de ir”, completou.
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