Munique 72: Há 45 anos o setembro se tornou negro nos Jogos do “Terror”
Há exatos 45 anos, o mundo se chocava com o maior ataque terrorista do segmento esportivo. Em 5 de setembro de 1972, em meio às Olimpíadas de Munique, oito palestinos invadiram a Vila Olímpica, mataram dois atletas da delegação de Israel e fizeram outros nove de reféns. Horas mais tarde todos morreriam por conta de uma operação desastrosa da polícia alemã. Além disso, a organização dos Jogos menosprezou a possibilidade de eventuais ataques ao ter diminuído o efetivo no número de policiais, pois queria que aquela edição ficasse marcada como: os Jogos da Paz.
O atentado premeditado aconteceu quando os atletas israelenses voltavam de uma festa na madrugada e acabaram surpreendidos pelos terroristas palestinos do grupo Setembro Negro, que vestindo uniformes de atletas, conseguiram escalar os muros da Vila Olímpica, munidos de fuzis AK-47 e granadas. Um dos integrantes, Yusuf Nazzal, já havia trabalhado na Vila Olímpica, e teria perambulado pelo prédio dos israelenses um dia antes ao ocorrido.
Já os outros membros do Grupo utilizaram passaportes falsos para chegar à cidade alemã. Com aspiração política, o Setembro Negro era ligado à Organização Para Libertação da Palestina (OLP) e reivindicava a soltura de 234 palestinos, que estavam presos em Israel, além de dois alemães Ulrike Meinhof e Andreas Baader, que pertenciam à Facção do Exército Vermelho.
Os terroristas ameaçavam matar todos caso as exigências não fossem cumpridas até às 9h da manhã. As negociações se estenderam por todo o dia e a polícia tentava invadir o prédio pelo telhado, porém os militantes logo perceberam a emboscada pela TV. Então solicitaram helicópteros e um avião para o Cairo, capital do Egito.
A exigência foi atendida. Só que uma nova emboscada foi armada, uma vez que atiradores de elite estavam posicionados para atacar os palestinos assim que caminhassem em direção ao helicóptero, que os levaria ao avião. Um dos terroristas percebeu algo estranho e novamente o plano deu errado.
Os palestinos ordenaram o envio de um ônibus para transportá-los na saída do prédio e embarcaram com os reféns até os helicópteros, que os levariam em direção à base militar de Furstenfeldbruck, onde estaria o avião. A Inteligência alemã havia infiltrado agentes disfarçados de tripulantes, cuja ordem era disparar imediatamente quando os terroristas entrassem. Mas o plano foi considerado suicida e os policiais abandonaram a missão.
Durante a inspeção, os terroristas notaram que o Boeing 727 estava vazio e correram para avisar aos demais membros do bando, que se tratava de mais uma emboscada. Foi quando a polícia tentou um ataque surpresa, com apenas cinco atiradores, e começou a disparar. Como revide, os palestinos atiraram em direção a um dos helicópteros, que tinha atletas amarrados, e dispararam uma granada em direção ao outro. Todos os reféns foram mortos, assim como um policial e cinco terroristas. Os outros três foram presos.
O episódio ficou conhecido como o massacre de Munique, e revelou o total descaso e despreparo da polícia alemã. Os Jogos ficaram paralisados por 34 horas, mas o COI determinou o prosseguimento das competições.
Heróis de Munique
Amitzur Shapira-Técnico de atletismo
Andre Spitzer-Técnico de esgrima
David Berger-Halterofilista
Eliezer Halfin-Lutador
Kehat Shorr-Atirador
Mark Slavin-Lutador
Moshe Weinberg-Técnico de luta
Yacov Springer-Juiz de halterofilismo
Yossef Gutfreund-Juiz de luta
Yossef Romano-Halterofilista
Ze’ev Friedman-Halterofilista
Anton Fliegerbauer-Policial alemão
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