Natação brasileira passa por crise e precisa de ajuda no Pan e no Mundial

  • Por Jovem Pan
  • 28/05/2019 09h40
Fernando Frazão/Agência Brasil Fotos Públicas Natação brasileira já rendeu muitas medalhas olímpicas ao Brasil

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), que cuida da natação brasileira, vive uma grave crise financeira. A entidade até instituiu o “home office” para os funcionários, com intenção de diminuir gastos. É a quinta confederação do Brasil que mais vezes foi ao pódio em Olimpíadas, mas vive uma situação terrível e busca ajuda do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para competições.

Recentemente, atletas da seleção brasileira de nado sincronizado iniciaram uma “vaquinha” para poder comprar os maiôs para o Mundial deste ano, mas o Comitê Olímpico do Brasil (COB) já avisou que bancará os custos. Em conversa com a reportagem do Estado, Leonardo Castro, diretor executivo da entidade, avisa que a parceria com o COB tem sido muito importante para a CBDA e que no próximo mês o home office acabará.

“A gente tem esse mês inteiro de home office, mas conversei com o presidente e vamos voltar à sede em 3 de junho, pois entendo que é uma atitude extrema para a situação financeira muito ruim que temos hoje e não temos como trabalhar muito tempo desta forma. Foi válida a decisão, mas a gente precisa voltar para organizar detalhadamente o Mundial e o Pan”, explicou o dirigente.

Os dois torneios são importantes para a entidade nas cinco modalidades que fazem parte da CBDA (natação, maratona aquática, nado sincronizado, polo aquático e saltos ornamentais). O Mundial será disputado em Gwangju, Coreia do Sul, entre 12 e 28 de julho. Já os Jogos Pan-Americanos serão em Lima, de 26 de julho a 11 de agosto.

“Nossa receita hoje é extremamente pequena para o tamanho que a CBDA tem. Como a maioria das confederações, passamos por um período em que havia mais recursos disponíveis, por causa da preparação para a Olimpíada no Rio, e depois dos Jogos, não só as confederações, mas todo o País entrou em crise. Os recursos foram ficando cada vez mais escassos”, explicou Castro.

Uma ajuda importante vem diretamente do COB, que assumiu, por exemplo, os gastos com os maiôs das atletas do nado sincronizado “Assim que o COB tomou conhecimento da questão, se ofereceu para adquirir os uniformes de competição para os Jogos Pan-Americanos Lima 2019. Se tratam de Jogos Pan-Americanos e o COB tem a intenção de realizar a melhor apresentação possível na competição”, justificou a entidade, em nota enviada ao Estado.

Para a CBDA, a importância do comitê neste momento complicado é enorme. “O COB tem um papel fundamental no desenvolvimento de todas as nossas ações. Eu acho que a parceria que a CBDA tem com o COB é sensacional. Tudo que a gente precisa, tudo que é possível fazer, ele se dispõe a fazer”, lembrou Castro.

Apesar da situação adversa, a CBDA projeta uma boa participação nas competições deste ano. “A gente acredita muito em algumas posições bem significativas dentro do Mundial e do Pan. A natação é importantíssima para as ambições do COB dentro do Pan-Americano, de medalha e de posicionamento. Acreditamos que vamos ter bons resultados”, disse.

CBDA e COB fizeram um grande esforço para viabilizar uma boa preparação, como levar os atletas da natação e da maratona aquática para se aclimatarem em Tóquio, perto de onde será disputado o Mundial. “O COB está em contato permanente com a CBDA para oferecer suporte para a preparação das seleções da modalidade. É importante frisar que as seleções adulta e juvenil utilizam o Centro de Treinamento Time Brasil, gerenciado pelo COB, para a preparação dentro da água”, explicou o comitê.

Apesar dos esforços, é difícil prever quando a CBDA sairá dessa situação financeira difícil. “Eu não tenho como estimar um prazo para a vida da entidade voltar ao normal. Estou no cargo há pouco tempo, seria muito injusto fazer uma previsão agora”, concluiu Castro.

Com Estadão Conteúdo

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