Projetista dos carros da única escuderia brasileira na F1 morre aos 74 anos
O engenheiro Ricardo Divila, responsável pelo projeto do primeiro carro da Copersucar, única escuderia brasileira na história da Fórmula 1, morreu na madrugada deste sábado, aos 74 anos, na França, país onde vivia.
Divila havia sofrido um acidente vascular cerebral recentemente e chegou a ser internado. Ele também vinha batalhando contra um câncer no pâncreas. David Luff, que foi chefe de mecânicos da equipe brasileira na Fórmula 1, foi quem confirmou a morte. Divila não tinha filhos e deixa sua esposa, Krystina.
Nascido em São Paulo e formado em engenharia astronáutica, Ricardo Divila era considerado uma das mentes mais brilhantes do automobilismo mundial. O engenheiro aceitou o convite de Wilson Fittipaldi e foi responsável por conceber os carros da primeira e única equipe brasileira da F1.
A Copersucar correu na principal categoria do automobilismo mundial entre 1975 e 1982. Além dos irmãos Wilson e Emerson Fittipaldi, a escuderia teve como pilotos Ingo Hoffmann, Alex Dias Ribeiro, Chico Serra, Keke Rosberg e o italiano Arturo Merzario.
Os primeiros carros da equipes exibiam as iniciais FD, em alusão aos sobrenomes Fittipaldi e Divila. O engenheiro também foi diretor técnico da escuderia. Depois que a Copersucar encerrou seu projeto, ele passou a morar na Europa e trabalhou em outras equipes da F1, como Ligier, Minardi e Fondmetal.
Desde que deixou a Fórmula 1, Divila trabalhou em escuderias que disputaram as 24 Horas de Le Mans e a antiga Fórmula 3000 (atual Fórmula 2). Depois, foi convidado pela Nissan para cuidar dos programas de competição da montadora no Japão.
Wilson Fittipaldi e Divila tinham planos de reeditar o comando da Copersucar na Stock Car em 2019. A equipe se chamaria Fittipaldi Team. No entanto, o projeto teve de ser adiado para o desenvolvimento de um novo carro dentro do regulamento técnico e acabou não saindo do papel.
Christian, filho de Wilson Fittipaldi, publicou uma foto de Ricardo ao lado do pai em suas redes sociais e deixou uma mensagem em homenagem ao amigo. Ele participaria da Fittipaldi Team como consultor técnico.
“Sem palavras, meu amigo Ricardo e “irmão” do meu pai, siga sua trajetória em paz. Muito obrigado por tudo que você sempre fez para Família Fittipaldi”, escreveu.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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