“Senhor Incrível”, Alessandro Silva leva ouro no Mundial de Atletismo Paralímpico

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/07/2017 11h49 - Atualizado em 17/07/2017 11h51
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Divulgação / Marcio Rodrigues / CPB / MPIX Alessandro Silva levou o ouro no lançamento de disco e quase bateu o recorde mundial, que pertence a ele mesmo

Vistos como heróis em outros tempos, os seres humanos dotados de superpoderes foram, digamos, realocados entre as pessoas comuns para tentarem levar uma vida normal. Pelo menos, essa é a ideia inicial do desenho animado “Os Incríveis”. Em Londres, no Mundial de Atletismo Paralímpico, o “Senhor Incrível” tem nome, sobrenome e é brasileiro. Trata-se de Alessandro Silva, paulista de 32 anos, que conquistou a medalha de ouro no lançamento de disco, classe F11 (para cegos totais).

Com uma venda idêntica à usada pelo “Senhor Incrível”, Alessandro incorporou o personagem para explicar o feito. “Às vezes os super-heróis escondem os poderes, mas hoje o Senhor Incrível apareceu. Você tem que fazer jus ao nome. Essa junção de tudo é incrível. Há dois anos estava no Pan e não vi o meu filho nascer. No ano passado, estava no Rio quando ele fez um ano e agora ele vai fazer dois anos e eu estou aqui ganhando medalha. É tudo incrível para mim. Ser um dos melhores lançadores do mundo é espetacular. Foi uma medalha incrível para o senhor incrível”, disse o atleta paralímpico, que tem nada menos do que 1,90m e pesa 126kg.

O paulista de Santo André conquistou o ouro com a marca de 43,32 metros, próximo ao recorde mundial da prova, que também é dele – a prata foi para o austríaco Bil Marinkovic (32,42m) e o bronze para o colombiano Angulo Belizário (32,46m). “Eu foco na minha prova, no meu objetivo, que era manter a média que eu venho fazendo no Brasil desde os Jogos Paralímpicos. Não meço os resultados dos meus rivais. Faltou pouco para bater o recorde mundial, mas eu fico muito feliz com mais essa conquista na minha carreira”, afirmou Alessandro, que é químico e perdeu totalmente a visão após a manifestação de uma toxoplasmose, em 2009, quando tinha 25 anos.

“Muita gente fala em sorte. Eu digo que quem treina muito tem mais sorte. Muitas vezes treino em três períodos por dia. Quando acham que cheguei ao máximo eu vou lá e faço mais”, finalizou. Em Londres-2017, ele ainda vai disputar o lançamento de peso, no sábado.

OUTROS RESULTADOS – Além do ouro de Alessandro Silva, outros brasileiros disputaram provas eliminatórias. Mateus Evangelista avançou à final dos 200m T37 (paralisados cerebrais) com o tempo de 24s75. A marca é a terceira melhor entre os oito competidores que brigarão por medalhas nesta terça-feira. Outro brasileiro classificado para a final dos 200m, porém na classe T38, é o acreano Edson Pinheiro, com o tempo de 23s45, o melhor em sua bateria.

Com o triunfo de Alessandro Silva, o Brasil já tem seis medalhas neste Mundial de Atletismo. São três ouros, duas pratas e um bronze. Ainda há mais uma grande oportunidade de o Brasil subir ao ponto mais alto do pódio nesta segunda-feira (17): Daniel Martins entra como favorito, atual campeão paralímpico e recordista mundial, nos 400m da classe T20 (deficiência intelectual), a partir 15h40 (horário de Brasília).

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