Tribunal impede que sul-africana corra entre mulheres por causa de testosterona
O Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) desprezou nesta quarta-feira (1) o recurso apresentado pela atleta sul-africana Caster Semenya contra a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), por conta de uma nova regulação da entidade, sobre os níveis de testosterona, que a impedia de competir internacionalmente. A bicampeã olímpica nos 800 metros rasos entrou com um recurso no CAS em fevereiro deste ano para tentar derrubar tal normativa, mas o resultado não foi favorável à atleta.
Há pouco mais de um ano, a IAAF anunciou a nova regulação que obrigava as atletas a manter os níveis de testosterona abaixo de 5 nanomoles por litro durante um período contínuo de pelo menos seis meses para competir internacionalmente em provas de entre 400m e 1.500m e ter suas marcas reconhecidas.
Se não se adequassem à nova regulação, as atletas com “disfunções no desenvolvimento sexual”, como descreveu a IAAF, deveriam mudar de prova ou competir com homens.
Caster Semenya recorreu diante do CAS em junho de 2018. Em outubro do ano passado, a IAAF suspendeu a atleta à espera da decisão do tribunal.
O veredicto do CAS, que foi adiado em várias ocasiões devido à complexa disputa ética e legal que o caso suscitou, foi divulgado pelo secretário-geral do tribunal, Matthieu Reeb.
Semenya, bicampeã olímpica nos 800 metros rasos, alegava que as novas regulações da IAAF para limitar o acesso às provas eram discriminatórias.
Em sua decisão, o CAS ressaltou que essas regulações de fato “são discriminatórias”, mas “esta discriminação é um meio necessário, razoável e proporcional para cumprir o objetivo da IAAF de preservar a integridade do atletismo feminino”.
Até o momento, o patamar de tolerância para os níveis de testosterona era de 10 nanomoles e agora foi reduzido à metade porque, segundo estudos citados pela IAAF, uma maior proporção aumenta em 4,4% a massa muscular, entre 12% e 26% a força e em 7,8% a taxa de hemoglobina.
Com EFE
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