Palco de campeões, GP do Brasil tem contrato até 2020 e está confirmado em 2017, diz CBA

  • Por Jovem Pan
  • 12/11/2016 11h09
Divulgação/Duda Bairros/GP Brasil de F1 Em 2015 o grande vencedor do GP do Brasil foi Nico Rosberg. Se repetir este ano

Palco de tantas glórias nos últimos anos, o futuro do Grande Prêmio de Interlagos é cercado de incertezas. No final de outubro, quando o calendário de 2017 foi divulgado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o circuito brasileiro, marcado para o dia 12 de novembro, ganhou status de indefinição, assim como as provas do Canadá e da Alemanha, marcadas para os dias 11 de junho e 30 de julho, respectivamente.

Sem uma explicação aparente, a novidade assustou os amantes de velocidade e fãs de um dos circuitos mais tradicionais da Fórmula 1 atualmente. A Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), no entanto, garante que o circuito fica na temporada por mais quatro anos.

“A FIA já esclareceu que isso foi um descuido. Interlagos tem contrato até 2020 e teremos prova no ano que vem sim, até porque foram gastos mais de R$ 160 milhões em reformas [na área dos boxes] que só estarão prontas no próximo ano”, afirma.

A FIA ainda segue sem confirmar, mas, para Castilho Andrade, porta-voz para imprensa do GP Brasil, “a correção deve vir no próximo comunicado”.

O futuro da prova também pode estar em cheque por conta de uma das propostas de governo do novo prefeito eleito de São Paulo. João Doria afirmou em campanha que realizará a privatização e concessão de alguns espaços públicos da cidade, como o Anhembi, o Pacaembu e o Autódromo de Interlagos. No caso deste último, a proposta inicial de Dória é a privatização.

Para privatizar o complexo e ao mesmo tempo continuar com sua atividade-fim, o prefeito terá que definir juridicamente cláusulas que garantam a manutenção da pista para as corridas, e evitar que o futuro proprietário não construa um condomínio, por exemplo. Nomeado na última quinta-feira secretário de Desestatização, Wilson Poit será o responsável por essas tratativas junto ao prefeito.

Se Doria quiser, pode começar uma conversa sobre o futuro do Autódromo José Carlos Pace já nesse fim de semana. “O convite para ele ver o GP foi feito”, diz Castilho.

O circuito dos campeões

Com 19 pontos de vantagem para o segundo colocado Lewis Hamilton, Nico Rosberg pode levar o título inédito da Fórmula 1 se vencer o GP do Brasil nesse domingo. Caso aconteça, ele entrará para a história como o sétimo piloto a comemorar um campeonato em terras brasileiras.

O Grande Prêmio brasileiro começou a se confundir com a definição dos campeões da Fórmula 1 a partir de 2004, quando o circuito passou a fazer parte da reta final da temporada. Em 2005 e 2006, o espanhol Fernando Alonso, piloto da Renault na época, não venceu, mas bastou um 3º lugar em 2005 e um 4º lugar em 2006 para se sagrar bicampeão.

O título da temporada de 2007 parecia estar desenhado para Lewis Hamilton ou Alonso, mas uma combinação de resultados fez com que Kimi Raikkonen, da Ferrari, saísse com o campeonato.

Em 2008, Felipe Massa pode dizer que sentiu o gosto de ser campeão em sua terra natal… Mas por poucos segundos. Ao cruzar a linha de chegada em 1º, o brasileiro não contava com uma ultrapassagem de Hamilton em cima de Timo Glock nos momentos finais da corrida, consagrando-se campeão.

A 5ª colocação bastou para Jenson Button sair com o título de 2009 pela estreante Brawn GP.

E a última vez que o Brasil viu de perto um campeão da Fórmula 1 foi em 2012, quando Sebastian Vettel terminou em 6º lugar e tornou-se o tricampeão mais jovem da categoria.

Para sair com o título no circuito paulistano, Rosberg tem a seu favor o bom relacionamento com a pista. Ele foi o vencedor da etapa nos últimos dois anos.

“O Brasil é um lugar especial, e o circuito de Interlagos é lendário. É mais especial ganhar em circuitos mais históricos, onde o esporte é mais importante. Eu tive muito orgulho quando ganhei as duas corridas aqui. Gostaria de ganhar pela terceira vez”, contou o alemão.

Nico tentará, nesse domingo, levar mais um título da Fórmula 1 para a família Rosberg. Seu pai, Keko, foi campeão da categoria em 1982.

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