Papa pede esporte genuíno e protegido da “exploração comercial”

  • Por EFE
  • 05/10/2016 14h53

Papa Francisco se encontrou com o presidente do COI EFE Papa Francisco se encontrou com o presidente do COI

O Papa Francisco recebeu representantes e empresários do âmbito esportivo, entre eles o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, e pediu que o esporte seja promovido de uma maneira que se torne limpo e acessível a todas as pessoas.

“Desejo manifestar uma incumbência e um desafio para vocês, representantes do esporte e de empresas que patrocinam eventos. É o de conservar a genuinidade do esporte, protegê-lo das manipulações e da exploração comercial”, disse o líder religioso na abertura de uma conferência no Vaticano sobre fé e esporte.

O ciclo de conferências “o esporte ao serviço da humanidade” durará até a próxima sexta-feira e foi inaugurado na Sala Paulo XVI do Vaticano com vários espetáculos inspirados em modalidades como a ginástica rítmica e as artes marciais.

“Seria triste, para o esporte e para a humanidade, que as pessoas não confiassem na veracidade dos resultados esportivos ou se o cinismo e o desencanto se impusessem ao entusiasmo e à competição alegre e desinteressada”, acrescentou Francisco diante de nomes como o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e Bach.

O papa destacou as vantagens do esporte e sua capacidade de integração entre as pessoas, além dos benefícios vistos principalmente nas crianças.

“O esporte é uma atividade humana de grande valor, capaz de enriquecer a vida das pessoas e do qual homens e mulheres de todas as nações, etnias ou crenças religiosas podem desfrutar”, salientou.

“Todos conhecemos o entusiasmo das crianças que jogam com uma bola murcha nos subúrbios de algumas grandes cidades ou nas ruas de pequenos municípios”, completou Francisco, que considerou que os atletas profissionais servem de exemplo para o mundo.

“Quando vemos os atletas aspirar ao máximo de sua própria capacidade, o esporte nos entusiasma, nos maravilha, nos faz sentirmos quase orgulhosos. Há uma grande beleza na harmonia de certos movimentos, assim como na força e no jogo em equipe”, comentou.

Na mesma linha do papa, Thomas Bach discursou enaltecendo o caráter de integração e inclusive conciliação do esporte.

“O esporte é uma fonte de inspiração, uma linguagem universal que supera as religiões ou as raças. Tem o poder de unir as pessoas e reforça a importância do diálogo”, disse o dirigente, que considerou que o esporte e fé compartilham valores.

“Como a fé, o esporte nos ensina a trabalhar com solidariedade. Um dos valores que compartilham é o respeito, e também a dignidade para todos. No esporte, como na fé, todos somos iguais”, afirmou. 

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