Pato cobra presença da diretoria e vê saída de Osorio como tragédia

  • Por Lancepress
  • 21/08/2015 13h09
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Facebook/Reprodução Pato afirmou que a saída de Osorio seria uma tragédia para o São Paulo

Protagonista do elenco do São Paulo, um paranaense de Pato Branco pediu para conceder entrevista coletiva após a derrota para o Ceará na Copa do Brasil e, com personalidade, cobrou a diretoria por mais respaldo ao elenco e os jogadores por mais luta para manter o técnico Juan Carlos Osorio. A postura e a descrição poderiam caber ao capitão Rogério Ceni, mas foi Alexandre Pato quem assumiu a responsabilidade nesta sexta-feira no CT da Barra Funda.

O atacante, que chegou a 20 gols na temporada, já havia concedido duas coletivas em menos de um mês e nem seria o escolhido pela assessoria de imprensa do Tricolor para falar nesta sexta. Ainda assim, o jogador de 25 anos procurou um dos profissionais do clube e disse: “Vão precisar de mim, não vão?”. Houve certa relutância em escalá-lo novamente, mas Pato insistiu e mostrou firmeza bem distante daquela figura “feliz e tranquila” dos tempos de Corinthians logo na primeira resposta à imprensa.

“Se o professor Osorio sair (a seleção mexicana deve procurar o técnico), o São Paulo vai perder muitas coisas, o Brasil perderá um treinador importante e diferente. O São Paulo não pode fazer a besteira de perdê-lo neste momento. Perder alguém como ele seria uma besteira e uma tragédia. É normal que tenham propostas de clubes e seleções por um treinador bom. Ele decidirá o que é melhor, mas não deveríamos perdê-lo”, disparou.

Pato reconhece que os atletas têm pecado nas finalizações e dado vida até a adversários mais frágeis pelo excesso de chances perdidas. A capacidade de autocrítica, no entanto, não faz com que o artilheiro coloque apenas sobre o grupo de jogadores a responsabilidade pela má fase são-paulina. Para ele, é preciso que a diretoria também se apresente e se posicione para o elenco e para a torcida, também criticada pelo astro.

“Não sei como é o trato da comissão técnica e diretoria, não sei quem pode falar. Mas, sim, acho que a diretoria pode chegar mais perto do grupo, explicar o planejamento, falar o que vai ser feito. O técnico é muito inteligente, que faz o melhor pelo grupo, então temos que respeitar e dar a vida por ele. Temos grandes jogadores que se cobram e resolvem tudo no vestiário, mas precisamos começar a matar os jogos”, alertou, antes de prosseguir sobre os torcedores:

“Foi estranho ver uma parte vaiar e outra apoiar. Elas precisam chegar a um encontro: ou torcer, ou xingar. E é muito melhor apoiar neste momento. É disso que precisamos. Vai ser melhor para sair dessa. Ela tem o direito de cobrar, de vaiar e xingar quem eles quiserem. Mas quanto mais apoiarem é melhor. E em uma situação ruim, delicada, você precisa de um torcedor que ajude, e não critique”, ponderou.

A entrevista de aproximadamente 30 minutos ainda foi recheada por críticas à possibilidade de Rafael Toloi ser vendido à Atalanta (ITA) e também à dificuldade dos jogadores, dirigentes e jornalistas entenderem que os métodos de Juan Carlos Osorio, que pode aceitar uma proposta da seleção do México, precisam de tempo para serem implantados.

Confira outras respostas de Alexandre Pato nesta sexta-feira:

Como encarar as críticas da torcida?

Se você ouve as críticas, tem que tentar crescer em cima delas. Se você s deixa abater, é mais difícil de se reerguer. Temos que nos reerguer, esquecer o que aconteceu e trabalhar para melhorar. Só a gente pode mudar isso com trabalho e vitórias, ainda mais dentro de casa.

Osorio está com dificuldades em fazer os atletas entenderem suas filosofias?

Qualquer treinador e jogador eu vou proteger, porque passam a maioria do tempo comigo. Não é culpa de ninguém. Estamos pecando em alguns momentos e os rivais fazem os gols. Ele veio com o modo de jogar e eu penso que deva insistir, porque sonha em construir algo novo. Tem o grupo na mão e sabe que estamos focados. Ele é muito inteligente, muito bom… Perder alguém como ele seria uma besteira e uma tragédia, como no caso do Toloi.

Mesmo o rodízio será compreendido?

Não é só o jogador entender, é a imprensa também. No Milan também fazíamos um rodízio, porque tinha Copa Itália e jogavam outros atletas. Todos precisam entender isso. O brasileiro vê isso como algo novo, diferente, e é preciso ter muita confiança no treinador. Todos se sentem úteis, focados para jogar. Isso vai valer lá na frente, em outubro, novembro, quando alguns times estarão cansados e não conseguirão chegar.

O desmanche (sete jogadores negociados) tem atrapalhado?

Estamos perdendo jogadores e seria uma tragédia perder um jogador como o Toloi. O tipo de treino do Osorio é europeu e o São Paulo só tem a ganhar. Se torcida e diretoria derem confiança, teremos grandes coisas.

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