Paulo Sérgio revela preocupação de Schweinsteiger com Seleção Brasileira: “o que acontece?”

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2015 15h24
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O ex-atacante Paulo Sérgio criticou o atual momento do futebol brasileiro

Facebook/reprodução Paulo Sergio

Tetracampeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1994 e jogador com passagens marcantes por Corinthians e Bayern de Munique, entre outros clubes, Paulo Sérgio é um personagem com muitas histórias boas para contar e com muita experiência para compartilhar.

Em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan, o ex-atacante falou sobre o atual momento difícil da Seleção Brasileira.

“Na semana passada, recebemos um convite, que foi para algumas das grandes lendas do Bayern de Munique. Nós fizemos um jogo em Manchester, contra o Manchester United. Nós tivemos ali, no Old Trafford, 53 mil pagantes para verem alguns atletas que fizeram história. Nesta ocasião, nós conversamos e fui perguntado sobre a Seleção Brasileira, sobre o que estava se passando. Em termos de renovação, creio que é muito cedo para falarmos, porque uma ou outra peça foi inserida neste tabuleiro”, falou.

“Eu sempre falei que o Brasil iria ter um momento muito difícil depois da Copa do Mundo, que muitos clubes iriam quebrar, ter problemas financeiros, e isso tudo é reflexo de um não profissionalismo. Costumo dizer que se nós, brasileiros, não formos mais profissionais com as coisas que fizermos, vamos sofrer com grandes problemas. Perdemos para a Sérvia no Sub-20. O Brasil, na tradição, falaria que, ao jogar com a Sérvia, sempre iria ganhar. Hoje em dia a gente se dá ao luxo de perder para uma Sérvia”, prosseguiu.

Em relação ao atual trabalho que está sendo realizado no Brasil, Paulo Sérgio afirmou que não consegue acompanhar de perto, mas revelou que não são somente os brasileiros é que estão preocupados com o futebol nacional.

“Eu não estou próximo, mas acho que a gente entrou em um momento no qual as coisas precisam ser mais rigorosas. Espero que alguma coisa esteja sendo feita. Lógico que há uma cobrança muito intensa. Estive, há duas, três semanas, com o Schweinsteiger, e ele me perguntou: ‘e a Seleção, o que acontece?’. Não só nós, brasileiros, estamos preocupados, mas a seleção que nos ‘presenteou’ com esse 7 a 1 também está preocupada”, afirmou. “Estive no jogo Alemanha x Estados Unidos, em Colônia, e neste amistoso, pude ver muitos jogadores novos. Uma oportunidade está sendo dada para esses jogadores novos, jogadores de 20, 21 anos, e com uma disciplina tática muito grande. Na ocasião, pude ver três jogadores que são titulares, entre eles Schweinsteiger, Ozil e Khedira, e no restante jogadores novos, visando o futuro da seleção alemã. Coisas que eu não vi no Brasil, são sempre as mesmas caras”, completou.

O ex-atacante aproveitou também para criticar duramente os jogadores atuais e ressaltou que não há um profissionalismo igual, por exemplo, ao encontrado nos atletas que formaram a Seleção tetra mundial.

“Eu sou meio que contra alguns princípios que estão sendo adotados no futebol. Creio que essa garotada, esses jogadores precisam se conscientizar que eles são profissionais. Antes de tatuagem, antes de brinco, eles precisam pensar no futebol, pensar que têm uma carreira de 15, 20 anos. Precisam se concentrar mais nisso do que outras coisas. O Neymar, eu gosto muito dele, é um jogar importantíssimo, mas estou vendo uma das coisas que sempre falar, que está passando os degraus. Precisa ser disciplinado”, observou. “É muito difícil vermos atletas como tínhamos na Copa de 1994. Até porque muitos desses atletas passaram por experiências difíceis, momentos difíceis. Na Copa do Mundo de 1990, Dunga, Ricardo Rocha, Branco, Taffarel, Bebeto, Romário, receberam uma crítica muito grande. E esses atletas, depois de quatro anos, puderam dar a resposta para o povo, dentro de uma disciplina, de uma experiência dentro e fora do campo. Então eu vejo um profissionalismo que nós tínhamos em 1994 que hoje não existe”, finalizou.

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