Pimenta vê “conotação eleitoral” em escolha por Ceni e quer reformar Morumbi

  • Por Jovem Pan
  • 27/02/2017 19h03

Advogado José Eduardo Mesquita Pimenta é o candidato da oposição à presidência do São Paulo

Youtube/Reprodução Advogado José Eduardo Mesquita Pimenta é o candidato da oposição à presidência do São Paulo

Candidato da oposição à presidência do São Paulo, José Eduardo Mesquita Pimenta tem história no Morumbi. Mandatário são-paulino de 1990 a 1994, o advogado reestruturou os departamentos de futebol e marketing do clube, contratou Telê Santana e montou o time que ganhou os principais títulos da história tricolor – dentre eles, dois Campeonatos Paulistas, um Brasileiro, duas Libertadores e dois Mundiais. 

Mais de 20 anos depois, Pimenta quer retomar o comando do São Paulo.  

Escolhido pela oposição para enfrentar Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, na eleição da segunda quinzena de abril, o dirigente de 78 anos pretende “reestabelecer a confiança” no clube. 

Foi isto, pelo menos, o que o próprio Pimenta sustentou.  

Em entrevista exclusiva a Marcio Spimpolo para a Rádio Jovem Pan, o opositor disse ter observado um “declínio acentuado” do São Paulo a partir de 2008 e externou preocupação com as finanças do clube. Além disto, revelou ter visto “conotação eleitoral” na contratação de Rogério Ceni por parte de Leco e reafirmou o desejo de reformar o estádio do Morumbi.

O que o levou a pensar em voltar a presidir o São Paulo? 

“Eu acho que a gestão no São Paulo não vai bem. O clube entrou em um declínio acentuado a partir de 2008, e eu tenho a expectativa de reestabelecer a credibilidade e confiança no São Paulo… Para que ele volte a ser vencedor.” 

O que não lhe agrada no São Paulo? 

“O São Paulo atravessa uma crise financeira muito grande. Isso é importante. Um clube que não tem uma base sólida não pode pretender ser um grande clube, como o São Paulo foi nos anos 1990. Em termos de títulos, já ganhamos tudo no passado. Então, a nossa expectativa agora é a de reestabelecer a confiança no São Paulo para que ele volte a ser grande.” 

Quais seriam os primeiros passos para reerguer o São Paulo? 

“Em primeiro lugar, recuperar as finanças. Mas por meio de uma gestão profissional, descentralizada. Vamos implementar a vigência do estatuto. O Conselho de Administração é muito importante, porque descentraliza a gestão e também propicia um ingresso de pessoas mais capacitadas para dirigir o São Paulo.”

Roberto Natel desistiu de concorrer e se uniu ao Leco. Isso te surpreendeu? 

Não. Eu já admitia que isso poderia acontecer. Não há nenhum demérito nessa escolha dele, porque, se nós fôssemos três candidatos, eu teria ainda mais chances de ganhar. Não foi surpresa.” 

O que muda na sua estratégia depois dessa união? 

“Nós vamos continuar tentando conquistar os votos necessários. Já temos uma base, e vamos seguir com o nosso discurso, der querer o bem do São Paulo e o reestabelecimento da confiança no clube.” 

Rogério Ceni teve um bom início como técnico? 

“Sim. Ele está pagando pelo noviciado, mas é muito competente. Foi um excelente jogador. Tenho muita esperança de que se firme como treinador.” 

O que você achou da contratação do Rogério por parte do Leco? 

“Achei interessante. O Rogério deve ter avaliado bem a oportunidade. Ele sempre teve muita confiança em si, até com certo atrevimento. Isso faz parte da personalidade dele. Está muito bem colocado lá.” 

Ele pode ter sido usado como um cabo eleitoral? 

“Provavelmente. 

Em outro momento, o técnico do São Paulo não seria ele? 

“Não sei. Não estou na administração do clube, mas isso, evidentemente, tem uma conotação eleitoral. Mas não importa. Ele é excelente e está em ótimo lugar.”

O que você pensa sobre as recentes brigas políticas no São Paulo? 

“Isso me preocupa. O grupo que brigou é o mesmo grupo que está dirigindo o São Paulo. Nós estamos pensando como deveriam pensar: em primeiro lugar, o São Paulo. Essa continuidade de erros da gestão anterior me preocupa, sim.” 

Uma reforma do Morumbi é um sonho? 

“É um sonho. Não está descartado, não. Estamos pensando seriamente nisso. É uma das minhas propostas, por sinal. Sobretudo a construção da cobertura e da garagem, que são deficiências que o estádio tem.” 

O São Paulo pode ganhar algum título com esse time que montou para 2017? 

“Eu não tenho muita expectativa, embora ache que esteja no caminho certo. Vai depender muito dos adversários, também, porque quase todos estão em um momento de transformação. 

O que você falaria para o Leco? 

“Para o Leco? Boa sorte!”.

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