Plano de segurança não foi cumprido no jogo Flamengo x Palmeiras

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/06/2016 20h42
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BRASÍLIA, DF - 05.06.2016: FLAMENGO X PALMEIRAS - A torcida da SE Palmeiras, em jogo contra a equipe do CR Flamengo, durante partida válida pela sexta rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, no Estádio Mané Garrincha. (Foto: Cesar Greco / Fotoarena) Divulgação/Sociedade Esportiva Palmeiras Detalhamento de precauções feito para o jogo não foi cumprido e organizadas ficaram muito próximas

Os organizadores do jogo entre Flamengo e Palmeiras, que acabou em confusão na tarde de domingo, não cumpriram o detalhamento de precauções apresentado à Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal. A briga entre membros das organizadas ocorreu porque uma torcida ficou “muito próxima” da outra no estádio Mané Garrincha, em Brasília, conforme informações da SSP e da Polícia Militar.

Coube ao mandante da partida, no caso o Flamengo, a organização do evento. A empresa que o clube contratou para fazê-lo terá de “arcar com os gastos provenientes do mau uso do local”, afirmou a secretaria, já que, de acordo com o contrato, as instalações deveriam ter sido entregues da mesma forma que estavam antes do jogo. Os prejuízos no estádio ainda estão sendo calculados.

No detalhamento apresentado pela empresa à secretaria, havia previsão de isolamento de cinco blocos de cadeiras nas arquibancadas, cada um com 1,1 mil lugares. Porém, alguns assentos foram ocupados indevidamente pelos torcedores. O mesmo ocorreu com os corredores de acesso às arquibancadas, que tiveram os isolamentos derrubados pelos torcedores palmeirenses envolvidos na briga.

O Flamengo não se manifestou até o fechamento desta reportagem, que também tentou contato com a administração do Mané Garrincha, mas não obteve retorno.

INTERNAÇÃO

Até o início da noite desta segunda-feira, o torcedor rubro-negro Evandro Gatto, de 47 anos, seguia internado em estado grave, porém estável, no Hospital de Base. Conforme boletim médico, não há previsão de alta. Ele está na Sala Vermelha, onde há equipamentos semelhantes aos de uma UTI.

De acordo com a Polícia Civil, a condição de saúde do torcedor não permitiu sequer que ele se manifestasse sobre seus agressores. Outras duas vítimas tiveram ferimentos no rosto e também “não conseguiram verbalizar qualquer informação”, diz o boletim de ocorrência ao qual a reportagem teve acesso.

A confusão generalizada começou no intervalo e teve prosseguimento após o fim da partida que terminou em 2 a 1 para o Palmeiras. Seguranças do estádio tentaram conter o confronto, mas não conseguiram. Cerca de 350 policiais foram acionados e usaram gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar a briga. Os torcedores reagiram invadindo a área de bares do estádio e arremessaram lixeiras contra os policiais. Três sargentos saíram feridos – um com o nariz quebrado.

Foram conduzidos à delegacia 21 palmeirenses, de idades entre 18 a 31 anos, que foram identificados e logo liberados, já que não houve flagrante. A Polícia Civil informou que alguns deles, mesmo com ferimentos, não aceitaram ser submetidos a exames periciais. As investigações devem apontar os crimes que cada um, individualmente, cometeu. A maioria deve responder por lesão corporal.

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