Polêmico, folclórico e multicampeão: a trajetória de Juvenal no São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 09/12/2015 11h03
Rubens Chiri /SaoPauloFC.net Segundo presidente mais vitorioso do São Paulo

Presidente do São Paulo em dois períodos diferentes, Juvenal Juvêncio foi um dos cartolas mais vitoriosos da história do clube do Morumbi. Falecido na manhã desta quarta-feira (9), aos 83 anos de idade, o ex-cartola se consagrou, se tornou querido por todos no clube, mas deixou a equipe o Morumbi contestado por muitos.

Diretor de futebol do clube nos anos 90, durante primeiro mandato de Carlos Miguel Aidar, Juvenal presidiu o clube entre 1988 e 1990. O folclórico cartola voltou ao futebol tricolor em 2003, quando assumiu novamente o cargo de direto, agora na gestão de Marcelo Portugal Gouvêa e se tornou presidente pela segunda vez em 2006, permanecendo até 2014.

Sob o comando de Juvêncio, o São Paulo foi tricampeão Brasileiro (2006, 2007 e 2008), campeão da Copa Sul-Americana (2012) e do Campeonato Paulista (1989), títulos que fazem dele o segundo presidente com mais títulos da história do clube (atrás apenas de José Eduardo Mesquita Pimenta, que ficou no poder de 1990 a 1994 e conquistou de dez títulos).

Somando os períodos como diretor de futebol, o ex-cartola conquistou ainda mais um Brasileiro (1986), dois Paulistas (1985 e 1987), além da Libertadores e do Mundial de Clubes de 2005.

 

Querido pela torcida, Juvenal começou a ser questionado a partir de 2011, quando tomou uma atitude polêmica para permanecer a frente do clube do Morumbi. Com apoio de Aidar na época, Juvêncio alterou o estatuto do São Paulo para ficar por mais um mandato à frente da equipe, o terceiro consecutivo.

Ainda assim, o cartola sempre foi querido por jogadores do elenco são-paulino que vestiram máscaras com o rosto de Juvenal e o homenagearam em sua despedida do clube, em 2014. Juvêncio também é lembrado por pagar o “bicho”, premiação dada aos jogadores por vitórias, em dinheiro vivo, nos vestiários, logo após as partidas.

Polêmico, Juvenal ficou marcado não só pelos títulos, mas também pelo carisma, frases de efeito e desentendimentos com o rival Corinthians. Com fala pausada e caricata, o ex-presidente foi responsável pelo rompimento entre as direções são-paulina e corintiana. Na época, presidido por Andrés Sanchez, o Timão deixou de jogar no Morumbi após se desentender com Juvenal. O cartola são-paulino ainda ironizou diversas vezes a Arena Corinthians, em Itaquera.

Relembre algumas frases polêmicas de Juvenal no comando do São Paulo:

“Não queiram me derrubar, minha imagem está solidificada dentro desse clube, esse clube vai respirar Juvenal até a morte”, disse o ex-presidente antes de deixar o clube.

“Como faz para chegar lá no estádio em Itaquera? A Angela Merkel vai ter de sair de lá em um carro de bombeiro”, afirmou na época da escolha da Arena Corinthians para sediar a Copa do Mundo.

“O problema do Andrés (Sanchez) é o mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização ) inconcluso. Quando concluir isso, vai dar uma melhorada. Ele precisa estudar um pouco mais”, declarou em provocação ao dirigente corintiano.

“Não se pode nem chamar aquilo de estádio. É uma arapuca… uma arapuca! Você tem que atravessar no meio da torcida adversária, uma coisa maluca”, disse Juvenal sobre o estádio Independência, do Atlético-MG.

“O grande problema é que 99% dos dirigentes não entendem nada de futebol. Eu estou no 1% que entende”, disse o egocêntrico cartola.

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