Polícia Civil do DF faz paralisação de 48 horas em dia de jogos olímpicos

  • Por Agência Brasil
  • 04/08/2016 13h08
Polícia Civil/Divulgação Oficiais realizaram assembleia em frente ao Palácio do Buriti

No dia em que Brasília recebe a partida de estreia da seleção masculina de futebol dos Jogos Olímpicos Rio 2016, começou também a paralisação geral de 48 horas dos policiais civis do Distrito Federal. A paralisação, além de afetar o funcionamento das delegacias – que não farão registros de ocorrências nem investigações, também vai retirar a participação dos policiais na escolta da seleção brasileira e das demais funções que seriam exercidas nas Olimpíadas.

Durante a assembleia, a categoria rejeitou a proposta de reajuste apresentada pelo governo, que previa 7% de aumento em 2017, 10% em 2018 e mais 10% a partir de 2019. Os policiais civis cobram a isonomia salarial com a Polícia Federal (PF), que teve aumento de 37% aprovado.

Em nota, o Governo do Distrito Federal informou que retirou a proposta apresentada à categoria após decisão de paralisação. Já Polícia Civil informou em nota que adotará as providências para garantir o funcionamento dos serviços essenciais, e vai continuar dialogando para conseguir a isonomia salarial com a PF.

Segurança garantida

A secretária de Segurança Pública e Paz Social, Márcia de Allencar, informou que a greve dos policiais civis não afeta os planos operacionais para as Olimpíadas e que o trabalho que seria realizado pelos policiais civis serão feitos por um reforço da PMDF e do Corpo de Bombeiros Militar do DF. “A paralisação estava prevista, portanto já foi feito um reforço com o plano de contingência. A Polícia Militar vai fazer o trabalho como já era previsto em protocolo”, disse.

“As ações estão sendo planejadas há um ano e reafirmam o compromisso de integração de segurança. O trabalho é feito em três eixos, o eixo de segurança envolve o plano de mobilidade e faz com que haja todo o controle da circulação de pessoas. Além da questão de mobilidade, envolve todos os centros de treinamento, dos hotéis das delegações e o Mané Garrincha. Além das escoltas feitas às delegações. Existe ainda o eixo de defesa e inteligência que envolve o Comando Militar do Planalto e a Agência Brasileira de Inteligência”, explica.

Os planos de segurança preveem um treinamento conjunto para que, em caso de baixa de efetivo de qualquer natureza, haja uma substituição imediata. Durante os jogos 4 mil homens das forças armadas e 4,5 mil da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Detran compõem o efetivo de trabalho.

Legalidade

Decisão da Justiça do Distrito Federal publicada na noite desta quarta-feira (3), informou a ilegalidade da paralisação da Polícia Civil. A decisão do desembargador plantonista Sebastião Coelho criticou o fato de a categoria ter paralisados suas atividades justamente em dia de jogo.

A decisão judicial prevê multa de R$ 200 mil por dia de paralisação, podendo chegar a R$ 500 mil em dias de jogo, em caso de descumprimento por parte dos sindicatos dos Policiais Civis e dos Delegados.

Em nota, o Sindicato da Polícia Civil informou que até o momento não tem conhecimento e nem foi notificado sobre a decisão judicial. A próxima assembleia geral da categoria está marcada para segunda-feira (8).

Márcia de Alencar disse que não se surpreendeu com a decisão judicial que classificou a paralisação de ilegal, mas reafirmou que o movimento não traz prejuízo à segurança dos atletas.

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