Polícia Civil identifica dois torcedores acusados de agredir racialmente Aranha
Mais três pessoas foram identificadas pelo Grêmio, que já excluiu os dois sócios de seus quadros. Para ter mais efetividade na investigação, a polícia solicitou as imagens do circuito interno do estádio ao clube, no dia seguinte ao do jogo (28). De acordo com Santos, até agora, os vídeos não foram entregues aos investigadores. A expectativa é que o inquérito seja concluído em 30 dias.
O comissário destacou que os torcedores identificados são, até agora, suspeitos de crime de injúria. “Ela não é foragida”, destacou Santos, referindo-se à torcedora que aparece nas imagens veiculadas por emissoras de televisão. Santos preferiu não antecipar possíveis penalidades. De acordo com a lei que tipifica o racismo como crime, pessoas condenadas podem, inclusive, ser presas.
A torcedora foi afastada do trabalho. Ela era funcionária de uma empresa prestadora de serviços ao centro médico e atuava como auxiliar de saúde bucal.
“A autoridade policial que preside o inquérito ainda não cogitou essa hipótese”, afirmou Santos. Para ele, primeiro, é preciso identificar qual foi a participação de cada torcedor nos fatos. Tudo “tem que ser provado no inquérito, não pode se provar na imprensa”, alertou, acrescentando que as investigações estão bem encaminhadas e seguem o procedimento padrão da polícia.
Ontem, a Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) informou que processará o Grêmio por injúria racial, já que o clube, conforme o Estatuto do Torcedor e o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), é responsável também pelos torcedores.
Também na sexta-feira (29), o clube divulgou nota em que repudia o que classificou como ato de racismo e afirma que busca identificar os torcedores que agrediram o goleiro santista.
Já a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) procurou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Santos para discutir medidas efetivas de combate ao racismo no esporte, segundo nota divulgada pela secretaria. Nela, a ministra da pasta, Luiza Bairros, repudiou as agressões e disse que há “uma grande tolerância para práticas de racismo”.
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