Polícia não descarta imprudência de operário morto na Arena Corinthians

  • Por Jovem Pan
  • 02/04/2014 08h58
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EFE Confira imagens da Arena Corinthians

A Arena Corinthians não para de esbarrar em obstáculos para sua conclusão. Após a morte do operário Fabio Hamilton da Cruz no último sábado (29), a instalação das arquibancadas movéis foi suspensa e só deve ser retomada na próxima segunda-feira (07). Nesta terça-feira (01), Luis Antônio Medeiros, Superintendente Regional do Ministério do Trabalho, destacou que havia irregularidades na obra e que o andamento das mesmas seguirá interditado até semana que vem. O advogado da empresa responsável pela instalação negou ter havido falha de segurança no local. O presidente do inquérito policial admite tanto falha da empresa como imprudência do operário que faleceu.

Com a entrega prevista para o dia 15 de abril, o estádio tem novamente suas obras paralisadas em uma de suas áreas [obras já haviam sido paralisadas após incidente no final de 2013, que acabou com dois operários mortos]. “Nós não podemos desinterditar sem proteção coletiva dos trabalhadores. Estive lá pessoalmente e vi alturas de até 30 metros. Assim, você precisa ter os equipamentos de proteção adequados”, afirmou Medeiros.

Segundo o superintendente, o Ministério do Trabalho só aceitará que as obras prossigam caso os responsáveis coloquem um plano de segurança em ação. “Eu posso falar por mim. A minha expectativa é de que estava tudo pronto na segunda-feira. Essa é uma avaliação pessoal minha, otimista. O Ministério do Trabalho vai receber o projeto, mas precisará haver a execução do projeto para que haja uma proteção coletiva”, frisou.

O advogado da Fast Engenharia, empresa responsável pela instalação das arquibancadas móveis, afirma que havia um plano de proteção coletiva na obra. David Rechulski ressalta que não houve falha no sistema de segurança para os funcionários da montagem. “Foram colocadas 550 placas e o acidente aconteceu quando faltavam apenas oito placas. A atividade vinha se desenvolvendo de forma segura e correta. Houve um acidente, é uma fatalidade e todos lamentam, mas isso não quer dizer que tenha havido uma falha da empresa, uma falha de concepção de segurança”, disse.

O presidente do inquérito policial que apura o caso ouviu, nesta terça-feira, outros quatro funcionários que trabalhavam na obra. Rafael Marques admite que pode ter havido tanto falha da empresa como imprudência do operário. “Eu trabalho, seja com problema de responsabilidade da empresa e, ao mesmo tempo, com culpa exclusiva do funcionário”, explicou.

As próximas testemunhas do caso devem prestar depoimento na próxima semana. O laudo pericial tem até 30 dias para ser concluído. 

O estádio será palco da aberta da Copa do Mundo de 2014 ao receber a partida entre Brasil e Croácia, no dia 12 de junho, pelo grupo A. 

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