Ponte Preta 1 x 1 Corinthians: “criou pouco, mas fez o gol”, afirma Flávio Prado

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 12/03/2017 18h28
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Ex-Corinthians Marco Galvão / Fotoarena / Estadão Conteúdo Ex-Corinthians

Lucca quase fez com que a “lei do ex” prevalecesse no Moisés Lucarelli, mas a habilidade de um zagueiro de 18 anos, que nem iria jogar, evitou que o Corinthians perdesse e aumentou a sua série invicta para oito jogos na temporada. Assim, Ponte Preta e Corinthians empataram por 1 a 1, em Campinas, resultado que, pelo que foi a partida, acabou sendo de bom tamanho para os comandados de Fábio Carille e não chega a ser ruim para os mandantes no Campeonato Paulista. 

A expectativa para o encontro de William Potkker com o Corinthians acabou sendo deixada de lado. O atacante apareceu bem e teve uma oportunidade de marcar, mas Cássio defendeu. Na verdade, quem se destacou foi Lucca, que chegou por empréstimo justamente como parte da negociação que faria Pottker ir jogar no Corinthians. 

Lucca ainda tem contrato com o Corinthians até 31 de julho de 2019, mas está emprestado para a Ponte Preta até o fim do ano. Ele e Yago – que também foi titular neste domingo – foram cedidos para a equipe campineira para facilitar a ida de Pottker ao Parque São Jorge. A diretoria corintiana desistiu do acerto após o atacante ser utilizado pela Ponte na Copa do Brasil. 

Preocupado com o desgaste físico e o calor de Campinas, o técnico Fábio Carille decidiu poupar Fagner, Pablo e Romero e também alterou a postura da equipe. Ao invés de partir para cima do adversário, o time decidiu jogar mais recuado e apostar no contra-ataque. 

O problema, porém, é que a Ponte acabou surpreendendo e marcou a saída de bola do Corinthians, fazendo com que o número de erros de passes e falta de criação do lado corintiano se sobressaíssem Além disso, os defensores tinham muita dificuldade para acompanhar a movimentação de Pottker, Lucca e Ravanelli.

Assim, a Ponte Preta foi quem ditou o ritmo do primeiro tempo e Aranha praticamente foi um ilustre espectador. A primeira grande oportunidade da Ponte aconteceu aos 18, quando Pottker foi lançado e bateu cruzado para uma grande defesa de Cássio. No rebote, Ravanelli chutou por cima. 

A pressão pontepretana continuou e o Corinthians parecia não saber o que fazer com a bola. Isso ficou claro quando o time de Carille ficou cerca de três minutos tocando a bola no campo de defesa, sem conseguir passar do meio de campo. Jadson e Rodriguinho, principais responsáveis pela criação das jogadas, tiveram pouca participação nos lances, fazendo com que o meio de campo corintiano ficasse acéfalo. Léo Jabá era o único que tentava fazer alguma coisa, mas correu muito e errou quase tudo, tanto que foi substituído ainda no intervalo, por Kazim.

A Ponte conseguiu, enfim, abrir o placar aos 35 minutos, graças a uma falha coletiva corintiana. Lucca, que ainda pertence ao Corinthians, cobrou falta com categoria. A barreira, formada por Jadson e Maycon estava completamente aberta e os dois atletas pareciam não acreditar que o atacante arriscaria direto e pagaram caro por isso. Para piorar, a bola foi cheia de efeito e Cássio também não conseguiu chegar nela. Foi a primeira grande falha do goleiro na temporada, para a sorte da Ponte. 

No segundo tempo, Carille decidiu colocar Kazim para atuar ao lado de Jô, mudando o esquema tático para o 4-4-2. Na etapa final, além da falta de criatividade evidente no primeiro tempo, o Corinthians também sofreu com o cansaço, como ocorreu nos últimos jogos. O time de Carille cai muito de rendimento físico na segunda etapa dos jogos e neste domingo teve o agravante do calor em Campinas. 

A Ponte, claramente satisfeita e também dando sinais de cansaço, diminuiu o ritmo no ataque, mas mesmo assim continuou melhor e teve mais o volume do jogo. A preocupação de Carille antes da partida, que era a condição física dos atletas, se mostrou válida quando o Corinthians viu Balbuena cair no gramado, com dores na coxa. O paraguaio será reavaliado na segunda-feira e sua situação pode preocupar. No lugar do defensor, entrou o garoto Léo Santos. 

Sem ver qualquer reação da equipe, Carille colocou Marlone no lugar de Jadson, em busca de uma melhora na criação, tentando ter pelo menos uma boa chance para empatar a partida.

E enfim a jogada aconteceu. Aos 31 minutos, Após cobrança de escanteio e confusão na área, a bola sobrou nos pés de Jô, que tocou para Leó Santos. O zagueiro de apenas 18 anos dominou e bateu com estilo, como se fosse um atacante. Aranha nem se mexeu e o Corinthians, enfim, conseguiu chegar ao ataque.

O gol não mudou muito o roteiro do jogo. A Ponte continuo em cima e o Corinthians recuou, claramente satisfeito com o resultado. No fim, o empate acabou sendo um resultado melhor para o time corintiano. 

A igualdade levou o Corinthians aos 19 pontos, na liderança folgada do Grupo A do Paulistão. Já a Ponte, com 15, também está em primeiro lugar na sua chave, embora possa ser ultrapassada pelo Mirassol nesta segunda-feira. O próximo compromisso corintiano será pela Copa do Brasil, na quinta, no Itaquerão, contra o Luverdense. O time venceu o jogo de ida da terceira fase por 2 a 0. 

Opinião Jovem Pan –  A Ponte Preta exerceu o seu papel de mandante e jogou melhor que o Corinthians em boa parte do confronto, porém, na opinião de Flávio Prado, faltou à equipe campineira a chance de matar o jogo diante do time da capital.

“A Ponte foi melhor em praticamente todo o jogo, mas ela cometeu um equívoco que você não pode cometer contra time grande. Jogando com um time enorme, com uma camisa enorme, ou você mata o jogo ou você toma o gol de empate, até mesmo o da derrota, se bobear. E este foi o preço que a Ponte pagou. Corinthians foi bem marcado durante toda a partida, teve pouquissímas oportunidades, mas é o Corinthians, é um time de camisa forte, camisa de peso. Então não dá para dizer que houve justiça se você cria e não faz os gols, enquanto que o outro, que é grandão, cria pouco, mas faz gol”, analisou o comentarista.

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