Por caso de racismo, Grêmio é excluído da Copa do Brasil
Patrícia Moreira (esquerda) era funcionária de uma empresa que presta serviços à Policlínica da Brigada Militar
Torcedora gremista flagrada chamando Aranha de "macaco" é identificadaEm julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), realizado na tarde desta quarta-feira (3), foi decidida a exclusão do Grêmio da Copa do Brasil, devido ao caso de injúrias raciais por parte dos torcedores do clube direcionadas ao goleiro Aranha, na partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, disputada na última quinta-feira (28). A decisão foi unânime, ou seja, foram 5 votos a favor da exclusão do time da competição.
Além da exclusão do Grêmio da competição, o clube gaúcho também tomou uma multa no valor de R$ 50 mil, mas não perdeu mandos de campo.
Embora a defesa do Grêmio tenha pedido a absolvição do clube, alegando que os envolvidos no caso de racismo eram cinco pessoas, dentro de uma torcida de 30 mil pagantes, os integrantes do STJD entenderam que a pena tem caráter pedagógico contra atitudes de racismo. Para o presidente da 3ª Comissão Disciplinar, Fabrício Dazi, a decisão mostra para os clubes que precisam ser responsáveis por suas torcidas e também demonstra ao mundo que o Brasil não é complacente com o racismo em campo.
O juiz da partida, Wilton Pereira Sampaio, foi suspenso por 45 dias e multado em R$ 800 por não ter incluído na primeira versão da súmula do jogo a reclamação de Aranha, tendo colocado apenas em um adendo, posterior ao final da partida, quando tomou conhecimento do fato por imagens da televisão. Os dois auxiliares e o quarto árbitro foram suspensos por 30 dias e multados em R$ 500.
Os torcedores identificados foram condenados e não poderão comparecer ao Estádio do Grêmio por 720 dias.
O julgamento levou, aproximadamente, quatro horas e os auditores basearam a punição no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A decisão não é definitiva e cabe recurso por parte do Grêmio. Assim, um novo julgamento seria marcado em segunda instância no Pleno do STJD.
O presidente do Grêmio, Fábio Koff, informou que vai recorrer da decisão.
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